Terena é nomeado coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena
Leosmar Antonio vai retomar Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas
A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, nomeou nesta quarta-feira (15) o terena Leosmar Antonio, 37 anos, para ser o coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena da Secretaria de Gestão Ambiental e Territorial Indígena da pasta. A publicação está no DOU (Diário Oficial da União).
Leosmar é conhecido em Mato Grosso do Sul pela atuação na Organização Caianas que difunde a agroecologia. A prioridade dele é buscar a restituição e reimplantação do decreto 7.747/2012, que institui a PNGATI (Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas).
“Essa política foi extinta nos últimos quatro anos. Ela é a principal política ambiental indígena e foi construída com amplo protagonismo do movimento indígena. Essa política contém vários eixos, sendo os PGTAs (Planos de Gestão Territorial e Ambiental) um dos principais instrumentos contidos na PNGATI. É importante termos um levantamento dos territórios que já possuem PGTAs construídos e apoiar sua implementação e, nos que ainda não possuem, iniciar a sua construção”, destacou.
O coordenador-geral afirma ainda que o desafio é muito grande devido à globalização das questões ambientais. “Mudanças climáticas afetam esses territórios, ao entorno e refletem no interior das terras indígenas. Estamos em fase de levantamento para definir prioridades mais urgentes. Acredito que até final do primeiro semestre teremos um diagnóstico e plano de ação para implementar. Vamos aproveitar as informações que a própria Funai já tem”, disse Leosmar.
Mato Grosso do Sul – Para o Estado, a missão será recuperar as áreas degradas dos biomas Pantanal e Cerrado. “Identificamos desafios hídricos nos territórios indígenas. Muitas fontes que abastecem os territórios estão fora das áreas demarcadas, o que é muito delicado. Precisamos fazer gestão disso, o que demanda diálogo com outro setor”, ponderou.
Dentre as dificuldades está a escassez de sementes nativas dessas regiões citadas. “Perdemos muitas matrizes após os incêndios. Existem povos como os guatós que têm percebido que o rio [Paraguai] tem diminuído de largura e o volume de água baixado muito nos últimos anos. O pacu que é dieta tradicional dos guatós, quando é pescado, está com baixo teor nutritivo. Eles associam isso à baixa quantidade de espécie frutíferas nas margens para alimentação dos peixes”.
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