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Cidades

Terena é nomeado coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena

Leosmar Antonio vai retomar Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas

Gabriela Couto | 15/02/2023 18:50
Leosmar Antonio mexendo com a terra, em uma roça Terena. (Foto: Arquivo Pessoal)
Leosmar Antonio mexendo com a terra, em uma roça Terena. (Foto: Arquivo Pessoal)

A ministra dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, nomeou nesta quarta-feira (15) o terena Leosmar Antonio, 37 anos, para ser o coordenador-geral de Promoção do Bem Viver Indígena da Secretaria de Gestão Ambiental e Territorial Indígena da pasta. A publicação está no DOU (Diário Oficial da União).

Leosmar é conhecido em Mato Grosso do Sul pela atuação na Organização Caianas que difunde a agroecologia. A prioridade dele é buscar a restituição e reimplantação do decreto 7.747/2012, que institui a PNGATI (Política Nacional de Gestão Territorial e Ambiental de Terras Indígenas).

“Essa política foi extinta nos últimos quatro anos. Ela é a principal política ambiental indígena e foi construída com amplo protagonismo do movimento indígena. Essa política contém vários eixos, sendo os PGTAs (Planos de Gestão Territorial e Ambiental) um dos principais instrumentos contidos na PNGATI. É importante termos um levantamento dos territórios que já possuem PGTAs construídos e apoiar sua implementação e, nos que ainda não possuem, iniciar a sua construção”, destacou.

Ministrando oficina sobre Agrofloresta Terena a famílias agricultoras da Aldeia Passarinho, em Miranda (MS). (Foto: Arquivo pessoal)
Ministrando oficina sobre Agrofloresta Terena a famílias agricultoras da Aldeia Passarinho, em Miranda (MS). (Foto: Arquivo pessoal)

O coordenador-geral afirma ainda que o desafio é muito grande devido à globalização das questões ambientais. “Mudanças climáticas afetam esses territórios, ao entorno e refletem no interior das terras indígenas. Estamos em fase de levantamento para definir prioridades mais urgentes. Acredito que até final do primeiro semestre teremos um diagnóstico e plano de ação para implementar. Vamos aproveitar as informações que a própria Funai já tem”, disse Leosmar.

Mato Grosso do Sul – Para o Estado, a missão será recuperar as áreas degradas dos biomas Pantanal e Cerrado. “Identificamos desafios hídricos nos territórios indígenas. Muitas fontes que abastecem os territórios estão fora das áreas demarcadas, o que é muito delicado. Precisamos fazer gestão disso, o que demanda diálogo com outro setor”, ponderou.

Dentre as dificuldades está a escassez de sementes nativas dessas regiões citadas. “Perdemos muitas matrizes após os incêndios. Existem povos como os guatós que têm percebido que o rio [Paraguai] tem diminuído de largura e o volume de água baixado muito nos últimos anos. O pacu que é dieta tradicional dos guatós, quando é pescado, está com baixo teor nutritivo. Eles associam isso à baixa quantidade de espécie frutíferas nas margens para alimentação dos peixes”.

Confira a galeria de imagens:

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  • Junto com a liderança espiritual da etnia terena. (Foto: Arquivo pessoal)
  • Coletando mudas de abacaxi pérola, em Campo Grande. (Foto: Arquivo pessoal)
  • Implantação de Agrofloresta indígena em território Pataxó. (Foto: Arquivo Pessoal)
  • Com os Pataxós, que vivem na Bahia. (Foto: Arquivo Pessoal)
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  • Prestando assessoria ao povo Pataxó, da Bahia, sobre Agrofloresta indígena. (Foto: Arquivo pessoal)
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  • Palestrando na Aldeia Mãe Terra, Miranda (MS). (Foto: Arquivo pessoal)
  • Na Assembleia da Juventude Terena, tratando do tema Gestão Territorial e Meio Ambiente. (Foto: Arquivo Pessoal)
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