TRE-MS desenvolve projeto de acessibilidade para deficiente auditivo nas urnas
Proposta visa inserir intérprete de Libras na tela e pode passar a valer neste ano
Denominada “Inclusão Plena de Eleitores Surdos”, a proposta criada pelo TRE-MS (Tribunal Regional Eleitoral) visa tornar acessível para deficientes auditivos a votação nas unas eletrônicas. Embora ainda tenha que passar por testes, o recurso pode ser usado ainda neste ano.
Idealizado por duas eleitores sul-mato-grossenses, a proposta é inserir, no software de votação, a apresentação de um intérprete de Libras (língua brasileira de sinais) na tela da urna para indicar quais cargos estão em votação.
A servidora aposentada do TRE-MS, Tânia Regina Noronha Cunha e a advogada da União, Jerusa Gabriela Ferreira pensaram na forma de garantir a inclusão quando observaram que eleitores com a deficiência encontravam barreiras de comunicação no processo eleitoral.
“O projeto traduz a concretização de anseios do segmento do eleitorado em questão, sobressaindo um novo olhar, voltado para a inequívoca inclusão eleitoral desta parcela populacional, de forma a assegurar a remoção de barreiras para a plena acessibilidade ao exercício da cidadania”, explica Tânia.
Já para Jerusa, a inovação “representa mais um importante passo na eliminação das barreiras à plena participação dos cidadãos com deficiência no processo eleitoral. O acolhimento deste projeto pelo TSE reveste-se de suma importância, pois assegura a inclusão plena de eleitores surdos que conhecem, exclusivamente, a Língua Brasileira de Sinais”.
Antes de ser implementada, a urna adaptada deve passar por eleitores com deficiência fluentes em Libras para que apresentem as impressões sobre a experiência de votação. “Em seguida, se necessário, devem ser feitos eventuais aprimoramentos do projeto, a tempo de ser usado esse novo recurso já na votação de 2022”, detalha o diretor-geral do TER-MS, Hardy Waldschmidt.