Por segurança, campo-grandense adota vida coletiva em condomínio
Em busca de mais segurança e aproveitando as opções do mercado imobiliário, o campo-grandense vem mudando o estilo de vida. Casas com amplos quintais e individuais perdem espaço para a vida em condomínio, onde a convivência em comunidade passa a ser maior e impõe novos desafios.
De acordo com o Censo Demográfico do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), de 2010, Campo Grande tinha 12.381 famílias morando em condomínios, sendo apenas na região do Bandeira, 2.240, seguido pela região Central com 2.079, depois vem (região) Segredo dispondo de 2.019, Lagoa com 1.968, Anhanduí tem 1.679, Prosa fica com 1.395 e Imbirussu completando o quadro com 1.001.
Além de aproveitar as oportunidades de negócio, através de programas sociais como “Minha Casa, Minha Vida”, e condições de pagamentos mais acessíveis, a população tem procurado locais fechados como condomínios em busca de segurança, durante os horários que estão no trabalho ou até em eventuais viagens, sem risco de assaltos ou furtos em suas residencias.
“Resolvi mudar para um condomínio para ficar mais seguro quando fosse trabalhar, já que antes morava em uma casa no bairro Jardim Antártica e fui roubado seis vezes, estou morando em condomínio há um ano e meio e nunca tive problemas", revelou o técnico de copiadoras, Eder Cavasana, de 34 anos, que mora no condomínio Village Parati.
Ele é casado e tem dois filhos pequenos que ainda contam com a vantagem de ter locais de lazer para brincar ao longo do dia na estrutura do seu condomínio, algo que não tinha quando morava em sua antiga residência. "O espaço aqui não é tão grande, tivemos que adequar todos os nosso móveis, mas hoje em dia segurança que é conforto", ponderou ele.
Já o jornalista André Earp, 31, que reside no condomínio Espanha, localizado no bairro Rita Vieira, ressaltou que o local possui privacidade suficiente, além de contar com o fator segurança que faz a diferença hoje na sociedade. "Estou morando aqui há um ano e posso dizer que o espaço é satisfatório, até melhor de onde eu morava antes, estamos satisfeitos", apontou ele, que tem esposa e uma filha residindo no local.
O empresário Bruno Domingues, que é sindico do condomínio Villas de Marabella, no bairro Tiradentes, revelou que no local foram vendidos 90% das residências antes das obras ficarem prontas, tamanha era procura pela população.
"O espaço está nos moldes adequados, imóvel satisfatório a maioria dos moradores, sem contar na segurança que sempre é citada como um atrativo na hora de compra e venda, além de existir uma ótima organização entre os condôminos", explicou ele.
A advogada Gabriela Real, 28, afirmou que preferiu escolher um condomínio para morar após o casamento, pela questão da segurança e o espaço de sua casa ser satisfatório. "Ficaria muito insegura em outro local quando meu marido fosse trabalhar a noite, além disso o local é bem apropriado", destacou ela, que reside no condomínio Arassuay, no bairro Aimoré.
Gabriela ainda lembrou que existe uma reunião por mês com os condôminos para se discutir melhorias e benfeitorias para o local, além de servir para resolver eventuais problemas que surjam ao longo do mês. "Momento de entendimento para atender ao interesse de todos".
Já a auxiliar administrativa, Karla Franco, 34, ponderou que esta convivência em condomínio muitas vezes trás problemas, pelo contato e convívio maior entre os moradores. "Muitas conversas e discussões com os vizinhos, que cuidam um da vida do outro, mas na questão de segurança não podemos reclamar, faz a diferença".
O presidente do Sinduscon-MS (Sindicato da Indústria da Construção de MS), Amarildo Miranda Melo, ressaltou que o crescimento de lançamentos residenciais em Campo Grande tem sido acima da média nacional. Ele ressaltou que este fato tem a ver com o desenvolvimento econômico estadual, com economia forte no agronegócio e agora também industrial, o que gera construção de muitos residenciais.
Também se destaca os investimentos do governo federal em habitação, através de programas como "Minha Casa, Minha Vida", que deram condições mais propícias para o financiamento de imóveis. Estas novas regras, com parcelas decrescentes, facilitam este investimento no mercado privado.
O sindicato alerta para que as famílias tomem cuidado na hora de adquirir um imóvel novo, buscando informações sobre o construtor, garantia de entrega de obra, assim como análise de outros critérios para evitar contratações que possam gerar problemas.