Apesar de ano turbulento, exportação de carne bovina de MS dispara 32%
Valor das vendas externas somou US$ 331,81 milhões de janeiro a novembro
Apesar das turbulências que marcaram o mercado pecuário sul-mato-grossense neste ano, a receita com as exportações de carne bovina disparou 32,6% no acumulado de janeiro a novembro na comparação com igual período de 2016. Dados do MDIC (Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) mostram que as vendas externas do alimento renderam US$ 311,81 milhões.
Com o resultado deste ano, Mato Grosso do Sul aumentou em R$ 81,58 milhões o valor proporcionado com as exportações de carne desossada e congelada de bovino. No ano passado, a receita com as vendas externas do produto somou, de janeiro a novembro, US$ 250,23 milhões.
O avanço das exportações de carne bovina, mesmo em ano marcado por crise no setor pecuário, relaciona-se ao consumo mundial aquecido. Isso também impulsionou os preços, o que pode ser indicado pela variação de receita acima do crescimento do volume destinado a outros países.
De janeiro a novembro deste ano, Mato Grosso do Sul embarcou 82,788 mil toneladas de carne bovina desossada e congelada. No ano passado, de janeiro a novembro, o volume exportado totalizou 67,013 mil toneladas. A alta é de 23% – apesar de expressiva, está abaixo do incremento da receita, de 32,6%.
Os frigoríficos de Mato Grosso do Sul destinaram mais carne para o mercado internacional, mas reduziram levemente a produção. Isso significa que ficou no mercado doméstico volume menor do alimento, o que impulsionaria o preço internamente.
Conforme dados do Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), foram abatidos 3.299.093 cabeças de janeiro a novembro em Mato Grosso do Sul. A média mensal é de 299,9 mil bovinos. No ano passado inteiro, foram 3.624.126 animais abatidos, média mensal de 302,01 mil.
Crise – O recuo da produção não impactou o desempenho do comércio externo. E isso ocorreu mesmo em ano em que o setor ganhou destaque devido a investigações de esquema de corrupção, envolvendo especificamente o grupo JBS, o maior produtor mundial de proteína animal.
O auge da crise foi em outubro, quando o frigorífico chegou a suspender as operações de compra e venda das unidades sul-mato-grossenses – a JBS responde por praticamente metade da produção de carne bovina do Estado.
Para justificar a decisão, a empresa alegou insegurança jurídica, uma vez que sofreu bloqueio judicial de R$ 620 milhões a pedido de CPI (Comissão Parlamentar de Inquérito) da Assembleia Legislativa. Acordo com o governo estadual, com compromissos assumidos pelo frigorífico, amenizou o problema.