Esteticista procurada há 1 ano é presa em flagrante em clínica clandestina
Bruna Paniago de Almeida foi presa esta tarde pela Decon por exercício ilegal da profissão

A esteticista de Campo Grande, Bruna Paniago de Almeida, de 31 anos, foi presa esta tarde pela Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) por exercício ilegal da profissão, induzir cliente a erro e expor perigo eminente à saúde de outro indivíduo. Ela foi detida em flagrante em clínica clandestina que mantinha na Vila Piratininga.
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A esteticista Bruna Paniago de Almeida, de 31 anos, foi presa em Campo Grande por exercício ilegal da profissão e expor a saúde de clientes a riscos. Ela foi detida em uma clínica clandestina na Vila Piratininga após ser monitorada pela polícia por quase um ano. Bruna realizava procedimentos estéticos como preenchimento labial e aplicação de botox a preços baixos, sem qualificação adequada. A polícia encontrou notas fiscais e produtos irregulares na clínica. A defesa alega que a acusação mais grave é o exercício ilegal da profissão, dependendo de provas periciais. Bruna já foi autuada pela Vigilância Sanitária e enfrenta processos judiciais.
O delegado Reginaldo Salomão informou que ela era monitorada há quase um ano e que só não foi presa antes porque nunca mantinha um mesmo endereço para atendimentos. Além disso, não tinha nenhum bem em seu nome, o que dificultava ainda mais sua localização. Segundo Salomão, nem mesmo o celular que ela usava estava registrado no nome dela. Os policias a encontraram após denúncia de vítima na Decon.
No local estavam duas mulheres: uma delas acabava de encerrar um procedimento de preenchimento labial e outra aguardava atendimento. Sem se identificar, uma delas falou com a reportagem e exclamou “graças a Deus” ao ser questionada se algum dos procedimentos que realizou havia dado problema. A mulher realizaria a quarta sessão de preenchimento labial na clínica esta tarde. “Eu fiz quatro vezes o procedimento, coloquei uns 20 ml de ácido. Não da mesma vez, mas as quatro vezes eu coloquei”, disse.
Bruna Paniago ainda realizava aplicação de toxina botulínica e ácido hialurônico a valores bem abaixo do mercado. Suas redes sociais são privadas e têm poucas postagens sobre seu trabalho. De quatro vídeos que mostram sua atuação, um é de aplicação de botox e outro de preenchimento labial.

A perícia encontrou na clínica clandestina, 30 notas fiscais de procedimentos realizados e vai atrás de outras vítimas. Um dos casos foi registrado pelo Campo Grande News aqui e envolveu a nutricionista Lorena Pereira de Sena, que entrou na Justiça contra a esteticista. Conforme a Decon, Bruna chegou a começar o curso de Biomedicina, mas não terminou.
Antes de ser presa, a esteticista chegou a ser autuada pela Vigilância Sanitária, mas continuou atuando e conseguindo clientes. No local, foi identificado descarte irregular de agulhas, que iam para o lixo comum, além de manutenção de produtos fora do ambiente e da refrigeração adequada. Frascos com ácido hialurônico e toxina botulínica fora apreendidos. Não foram encontrados recipientes com PMMA, o polimetilmetacrilato (plástico, acrílico), muito utilizado em situações irregulares.
Defesa - O advogado de Bruna, Tiê Hardoim, disse ao Campo Grande News que não teve acesso aos autos e que avalia que a situação mais grave para sua cliente seja de exercício irregular da profissão. Os demais crimes dependerão da prova pericial. “Depende do que vai ser apurado ali, da medicação que ela estava aplicando ou não. Depende muito de prova pericial”, avaliou.
Em pesquisa no site do Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul foram encontrados seis procedimentos em tramitação contra a esteticista.
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