Escalonamento de salário atrasa negociações e frustra servidores
Câmara media diálogo e presidência diz que proposta deveria ter sido apresentada antes
Após negociações que chegaram até à Justiça, três categorias de servidores municipais e a Câmara Municipal de Campo Grande demonstram frustração com a proposta de escalonamento salarial apresentada pela prefeita Adriane Lopes (PP). Além do próprio salário, a líder do Executivo Municipal quer parcelar os rendimentos da vice-prefeita, secretários municipais e dirigentes de autarquias. Ao todo, 474 servidores serão impactados, com custo estimado de R$ 90 milhões por ano aos cofres públicos.
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Após negociações intensas, servidores municipais de Campo Grande estão frustrados com a proposta de escalonamento salarial apresentada pela prefeita Adriane Lopes. A medida afeta auditores, fiscais, professores e servidores da Saúde, além da Câmara Municipal. A proposta, que altera a Lei nº 7.006/2023, impacta 474 servidores e custa R$ 90 milhões anuais. A prefeita defende o parcelamento do reajuste, gerando descontentamento entre as categorias, que esperavam descongelamento salarial após 14 anos. O presidente da Câmara, Papy, reconhece a decepção e espera resolução em breve.
Agora, auditores, fiscais, professores e servidores da Saúde analisam o novo plano do Município, que, se avançar, será votado na próxima terça-feira (22). “Entendemos que esse reajuste é um assunto impopular, o cidadão não quer aumento para político. Mas servidores concursados, como auditores e fiscais, estão com os salários congelados há 14 anos”, afirma Inácio Leite, presidente do Sindafir (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Municipal).
Mesmo sem participação oficial nas tratativas, Jaqueline Tessari Brito, presidente do Sindafis (Sindicato dos Auditores Fiscais de Atividades Urbanas), explica que a categoria tentou ingressar como amicus curiae na ação que trata do reajuste, mas apenas reforça apoio ao projeto.
“Esse acordo é para encerrar uma questão judicial. No intuito de intermediar e solucionar essa demanda entre os servidores e o Executivo, a Câmara trabalhou dentro de um valor que sabia que teria nossa aceitação. Quando digo que não somos parte, é por isso. Perguntam nossa opinião, mas não endossamos o acordo”, explica.
Ela completa dizendo que a proposta de escalonamento foi recebida com tristeza. “Após 14 anos com salários congelados, havia expectativa de que a Câmara e a Prefeitura finalizariam o que foi acertado: aprovação da lei com teto de R$ 35 mil e o pagamento efetivo. Mas isso não aconteceu”, lamenta.
Entenda o caso - Na segunda-feira (14), Adriane se reuniu com o presidente da Câmara, vereador Epaminondas Vicente Neto, o Papy (PSDB), e ficou acertado o envio de um termo que altera a Lei nº 7.006/2023. No entanto, na manhã seguinte, poucas horas antes da sessão de terça-feira (15), a prefeita recuou e passou a defender o parcelamento do reajuste. Agora, as categorias envolvidas devem discutir o novo modelo internamente e apresentar um retorno para votação.
Diante do desgaste, o próprio presidente da Câmara reconhece a decepção. “Foram dois meses de muito diálogo, várias conversas no Ministério Público. É sempre delicado falar de aumento para cargos políticos, mas conseguimos organizar algo robusto. E, de repente, surge o escalonamento. Isso poderia ter sido discutido desde o início”, afirmou Papy.
Apesar do “balde de água fria”, o líder da prefeita na Câmara, vereador Beto Avelar (PP), acredita que o impasse será resolvido nos próximos dias. “Se o Executivo e os sindicatos chegarem a um acordo, acredito que o presidente pode pautar o projeto já para a sessão de terça-feira (22)”, finaliza.
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