Esteticista presa diz que sabia das irregularidades, mas está endividada
Bruna Paniago de Almeida alegou ainda que Lipostabil era para uso pessoal e nunca aplicou PMMA em ninguém
Presa por exercício ilegal da profissão, induzir consumidor ao erro e colocar em perigo a vida de outras pessoas a esteticista Bruna Paniago de Almeida, 31 anos, afirmou saber das irregularidades, mas estava endividada e não viu outra alternativa para sustentar os filhos de 3 e 7 anos. A mulher foi alvo da Decon (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Contra as Relações de Consumo) na tarde de segunda-feira (14), após ser monitorada por quase um ano.
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A esteticista Bruna Paniago de Almeida, de 31 anos, foi presa em Campo Grande por exercer ilegalmente a profissão, induzir consumidores ao erro e colocar vidas em risco. Ela admitiu saber das irregularidades, mas alegou estar endividada e precisando sustentar seus filhos. Bruna aplicava ácido hialurônico e botox em clientes, mas negou o uso de PMMA. A polícia encontrou materiais irregulares em sua clínica, que não tinha autorização para funcionar. A esteticista era monitorada há quase um ano e foi presa em flagrante. Ela cobrava preços abaixo do mercado e suas redes sociais são privadas, com poucas postagens sobre seu trabalho.
Em depoimento ao delegado Reginaldo Salomão, a esteticista afirmou que realmente aplicava em suas clientes ácido hialurônico e botox, no entanto, nunca fez uso de PMMA ((polimetilmetacrilato) em ninguém. Bruna relatou ainda que compra os produtos de uma empresa via WhatsApp e autorizou que a polícia acessasse o seu aparelho celular.
Sobre as irregularidades encontradas na clínica onde ela atuava, Bruna alegou ao delegado estar ciente de tudo, porém está endividada e não viu outra forma de sustentar os filhos a não ser realizar os atendimentos, já que tem o curso de estética. Questionado sobre o Lipostabil, a mulher disse que comprou a substância no Paraguai, mas apenas para uso próprio. Ela ainda não passou por audiência de custódia.
Prisão – A prisão aconteceu no final da tarde de ontem. Conforme o registro policial, a equipe da Decon foi atendida por uma mulher que autorizou a entrada no imóvel onde Bruna alugava um espaço nos fundos. No local havia duas clientes, uma já havia feito o pagamento, mas não passou pela aplicação por conta da chegada dos policiais.
Já a outra mulher estava terminando um procedimento de skinbooster – aplicação de ácido hialurônico – que é recomendado ser feito apenas por profissionais a saúde como médicos, enfermeiros, dentistas e biomédicos. A Perícia foi chamada, assim como a Vigilância Sanitária, já que não havia autorização para funcionamento da clínica de estética naquele local.
Durante a vistoria foram encontradas dezenas de agulhas novas e usadas, todas misturadas, luvas e restos de papel higiênico com sangue, vidros vazios e com ácido hialurônico, frascos de Lipostabil – produto proibido no Brasil.
Bruna foi presa em flagrante e levada para a Decon. De acordo com o delegado Reginaldo Salomão, ela era monitorada há quase um ano e não foi encontrada antes porque nunca mantinha o mesmo endereço para os atendimentos. A esteticista não tem nenhum bem em seu nome, nem mesmo o celular que era usado por ela.
A mulher foi alvo de denúncia e fazia aplicações com valores bem abaixo do mercado. Suas redes sociais são privadas e têm poucas postagens sobre seu trabalho. De quatro vídeos que mostram sua atuação, um é de aplicação de botox e outro de preenchimento labial.
A perícia encontrou na clínica clandestina, 30 notas fiscais de procedimentos realizados e vai atrás de outras vítimas. Um dos casos foi registrado pelo Campo Grande News e envolveu a nutricionista Lorena Pereira de Sena, que entrou na Justiça contra a esteticista. Conforme a Decon, Bruna chegou a começar o curso de Biomedicina, mas não terminou.
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