Capital privado investirá R$ 27,14 bilhões para modernizar infraestrutura de MS
Montante representa a soma dos dois leilões previstos para maio

Na expectativa de atrair capital privado para obras de infraestrutura em tempos de crise fiscal, o Ministério dos Transportes calcula que os dois leilões de rodovias, em andamento em Mato Grosso do Sul, devem somar R$ 27,14 bilhões em investimentos e custos operacionais. Os valores, calculados a pedido do Campo Grande News, envolvem os dois certames previstos para o próximo mês na B3 (Bolsa de Valores), em São Paulo.
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Mato Grosso do Sul se prepara para receber R$ 27,14 bilhões em investimentos e custos operacionais através de dois leilões de rodovias. O primeiro, da Rota da Celulose, está marcado para 8 de maio e o segundo, da BR-163, para 22 de maio. A Rota da Celulose, essencial para o agronegócio, deve atrair R$ 10,1 bilhões em capital privado, enquanto a BR-163 pode alcançar R$ 17 bilhões. O governo do estado demonstra otimismo com a atração de recursos privados, que impulsionarão o desenvolvimento, gerarão emprego e renda para a população.
O primeiro leilão, da chamada Rota da Celulose — conduzido em parceria entre o governo estadual e a União (hoje as rodovias são administradas pelas esferas estadual e federal) — está confirmado para 8 de maio. Já o certame da BR-163 enfrenta impasse jurídico, embora a data esteja mantida para 22 de maio.
“Somando os dois empreendimentos, o Estado de Mato Grosso do Sul terá a contratação de cerca de R$ 27,14 bilhões em investimentos e custos operacionais nas rodovias do Estado”, destaca o ministério em nota. Em todo o Brasil, o órgão federal prevê viabilizar, neste ano, R$ 161 bilhões em investimentos privados na infraestrutura de transportes.
A concessão da Rota da Celulose, essencial para a logística e o escoamento do agronegócio sul-mato-grossense, abrange trechos das rodovias estaduais MS-040, MS-338 e MS-395, além das federais BR-262 e BR-267 — totalizando 870 km a serem administrados por 30 anos.
A previsão do ministério é de que a operação viabilize R$ 10,1 bilhões em capital privado, dos quais R$ 6,9 bilhões em investimentos (Capex) e R$ 3,19 bilhões em despesas operacionais (Opex), a cargo da empresa vencedora. As obras previstas incluem duplicações, acostamentos e vias marginais.
Potenciais interessados - Entre os potenciais investidores está o Grupo CCR, controlador da CCR MSVia, que administra a BR-163 desde 2014. Em resposta ao Campo Grande News, o grupo afirmou “avaliar continuamente novas oportunidades de investimento, com seletividade, disciplina financeira e rigor na alocação do seu capital para a criação de valor sustentável aos seus acionistas.”
Outro possível interessado, segundo especialistas do setor, é o Grupo WAY Brasil, que, por cautela, preferiu não se manifestar antes do leilão.
O certame da Rota da Celulose havia sido reagendado em dezembro de 2024 por falta de interessados e, mais recentemente, passou por uma revisão para atrair também investidores estrangeiros, ampliando a concorrência.
Fomento do Estado - Para a secretária especial do Escritório de Parcerias Estratégicas do Governo de Mato Grosso do Sul, Eliane Detoni, a demanda agora demonstra reação positiva. “O período da licitação está a poucos dias da entrega dos envelopes. Temos percebido a procura por informações sobre o projeto, bem como pedidos de autorizações para levantamentos e estudos das rodovias. Teremos bons players interessados no projeto”, destaca.
A B3 não divulga os nomes dos proponentes antes do certame. Além disso, a entrega das propostas costuma ocorrer um ou dois dias antes do leilão, informou a entidade por meio de sua assessoria de imprensa.
Após o leilão da Rota da Celulose, será a vez do pregão da BR-163, previsto para 22 de maio de 2025, também na B3. As projeções são de aportes de R$ 17 bilhões, dos quais R$ 9,9 bilhões em investimentos e R$ 7,1 bilhões em despesas operacionais.
Eliane demonstra otimismo com o potencial de atração de recursos privados. “A atração de capital privado para investimentos em infraestrutura é um mecanismo importante para o desenvolvimento do Estado. É fundamental gerar mais investimentos nos municípios, tendo como consequência emprego, renda e oportunidades para a população.”