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Política

Nova proposta de Adriane é escalonar aumento do salário em três anos

Vereadores votariam acordo para reajustar salário hoje, mas houve recuo de última hora da prefeita

Por Maristela Brunetto e Mylena Fraiha | 15/04/2025 11:03
Nova proposta de Adriane é escalonar aumento do salário em três anos
Acordo para reajustar salário seria votado pela Câmara hoje; prefeita pediu para discutir escalonamento (Foto: Divulgação Câmara/ Arquivo)

A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes (PP), recuou da ideia de um acordo para reajustar o próprio salário e possibilitar o aumento para 474 servidores que têm a remuneração dela como teto, porque quer conversar com as categorias para escalonar o aumento em três etapas, para diluir o impacto nas contas públicas. A decisão, de última hora, pegou de surpresa vereadores, que já previam votar o tema esta manhã. O líder na Câmara, Roberto de Avelar, o Beto Ovelar (PP), disse que Adriane quer conversar com cada categoria e discutir o escalonamento.

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A prefeita de Campo Grande, Adriane Lopes, decidiu escalonar o aumento do próprio salário em três etapas, surpreendendo vereadores que esperavam votar o reajuste imediato. A proposta visa diluir o impacto financeiro nas contas públicas e será discutida com categorias de servidores afetados. O aumento, que também beneficiaria 474 servidores, elevaria o salário da prefeita de R$ 21,2 mil para R$ 35,4 mil, com um impacto anual de R$ 87,1 milhões. A decisão adia a votação na Câmara até que um acordo seja alcançado entre a Prefeitura e os servidores.

O debate sobre o salário da prefeita está em pauta desde 2023, quando foi aprovado reajuste em fevereiro daquele ano. À época, a remuneração era de R$ 21,2 mil e o valor seria de R$ 41,9 mil. A Justiça acabou barrando a lei porque a Constituição Federal determina que remuneração de prefeitos e vereadores deve ser reajustada para valer para o mandato seguinte. Quando então o valor seria aplicado, no começo deste ano, Adriane foi à Justiça e obteve liminar determinado a suspensão porque não havia estudo de impacto no orçamento atual.

Nova proposta de Adriane é escalonar aumento do salário em três anos
Avela disse que prefeita conversará com servidores para apresentar proposta de escalonamento (Foto: Henrique Kawaminami)

Como na esfera municipal o quanto ganha a prefeita serve de teto para o funcionalismo, grupo de servidores- como procuradores, auditores, alguns profissionais de saúde- cobra o reajuste para que também tenham o vencimento aumentado. Pela nova discussão, o reajuste elevaria o vencimento para R$ 35,4 mil, mudança que gerará impacto de R$ 87,1 milhões por ano.

Avelar disse que conversou hoje com Adriane e ela expôs a pretensão de escalonar em três etapas a elevação- “40% imediato, 35% em abril do ano que vem e o restante, 25%, no próximo ano.” O parlamentar adiantou que a prefeita deve conversar com a representação dos servidores para apresentar a proposta. A retomada do assunto na Câmara ocorrerá somente depois que Prefeitura e servidores selarem um acordo.

Surpresa – O presidente da Câmara, Epaminondas Vicente Silva Neto, o Papy (PSDB), revelou surpresa e frustração com o recuo. Segundo disse, foi costurado um acordo com dados técnicos da Prefeitura, contendo informações sobre o impacto financeiro. A ideia do acordo ganhou dimensão para resolver o impasse sobre o aumento salarial para o grupo de servidores, uma vez que há liminar do TJMS (Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul) suspendendo o reajuste.

Pela saída encontrada, a proposta teria o aval do Judiciário e Ministério Público após os vereadores aprovarem, o que solucionaria a questão do reajuste ocorrer durante o mandato.

“Cada um tem os seus motivos. Eu entendo que foi feito o estudo de impacto financeiro por eles. A secretária Márcia (Hokama) preparou, participou de todas as reuniões. Então tudo que se discutiu, discutiu-se com o Executivo Municipal”, pontuou Papy.

Segundo informou, a Casa vai continuar articulando uma solução para o impasse. “Como eu disse, nós vamos tentar encaminhar essa articulação, que eu acho que é o papel mesmo da Câmara.”

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