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Capital

“Fiz brincadeira infeliz e me excedi no álcool”, diz Cristhiano Luna

O júri começou às 8h15 e deve terminar por volta das 16h, segundo o juiz substituto Daniel Raymundo da Matta, que preside o julgamento

Viviane Oliveira e Bruna Kaspary | 24/11/2017 11:30
Cristhiano Luna durante julgamento, que começou às 8h15 desta sexta-feira (24) (Foto: André Bitar)
Cristhiano Luna durante julgamento, que começou às 8h15 desta sexta-feira (24) (Foto: André Bitar)

Durante depoimento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, o confeiteiro Cristhiano Luna de Almeida, réu por matar Jéferson Bruno Escobar, o Brunão, em 2011, disse que se excedeu no álcool, fez brincadeira infeliz com garçom e bateu duas vezes nas nádegas dele. Situação que terminou com a morte do segurança na boate Valley, na madrugada do dia 19 de março.

“Eu tinha ido neste bar com meu primo. Me excedi no álcool e fiz uma brincadeira infeliz com um garçom. Bati duas vezes nas nádegas dele. Na primeira vez, o Bruno me alertou e pediu para que eu saísse. Não fui embora porque queria continuar dançando. Já na segunda vez, fui tirado para fora e jogado no chão da calçada”, relatou.

Ele contou ainda que Bruno e outros seguranças foram para cima dele. “Levei chutes na cabeça e esperneei. O chute pode ter atingido o peito dele. Em todo o momento, as imagens me mostram tentando ir embora, mas os seguranças me puxavam de volta”. O confeiteiro relembra que na casa noturna consumiu vários copos de chope e meia garrafa de vodca.

Após a confusão com segurança, o acusado foi levado para a casa pelos parentes. Ele foi orientado por uma advogada a se esconder por 48 horas, mas mesmo assim se entregou pouco depois do crime, às 5h10. Quanto a ser lutador graduado de jiu-jitsu, o réu garante que estava na faixa roxa, a segunda de cinco, e só tinha sido graduado porque o mestre era o melhor amigo dele. “Foi um incentivo. Eu não era disciplinado”. Sobre a morte, Cristhiano afirma: “Não sou responsável”.

Mayara, prima de Brunão, reza e pede por Justiça (Foto: André Bittar)
Mayara, prima de Brunão, reza e pede por Justiça (Foto: André Bittar)

Conforme o juiz substituto Daniel Raymundo da Matta, que preside o julgamento, Crhistiano é acusado de homicido qualificado, por motivo fútil, por dificultar a defesa da vítima, além de injúria racial por ter xingando o segurança de “negueba, malandro e desocupado”. O júri que começou às 8h15 está previsto para terminar por volta das 16h. “O resultado, independente, de o réu ser condenado ou absolvido ainda cabe recurso, mas normalmente a decisão do júri é absoluta”, explicou o juiz.

Acusação - O assistente de acusação, Rodrigo Alcântara, contratado pela família de Brunão, não tem dúvidas sobre a condenação do réu. “A acusação está bem segura de que todas as provas levam a condenação. Sobre os vídeos, as imagens não correspondem nem a um terço dos autos do processo”, disse. Se condenado, Cristiano pode pegar de 1 a 3 anos por injúria racial e de 12 a 30 anos por homicídio qualificado.

Formado em Direito, em 2011, Cristhiano trabalhava na assessoria do Tribunal de Contas do Estado quando o crime ocorreu. Anos depois, o rapaz trocou o Direito pela gastronomia. Quando adolescente, ele respondeu processo por ato infracional. Já na faculdade respondeu processo administrativo disciplinar por envolvimento em briga com colega de turma. Atualmente, foi condenado há dois anos e seis meses por lesão corporal.

Prisão - Meses após o crime, o acusado ganhou o direito de aguardar julgamento pelo assassinato em liberdade. Mas para ficar longe de um presídio teria que cumprir uma série de normas, como uma delas não sair à noite. Em julho deste ano, o juiz Aluízio Pereira dos Santos, decretou a prisão preventiva dele, após Cristhiano ser fotografado bebendo em um restaurante da cidade.

Advogados de defesa ao fundo do réu. (Foto: Paulo Francis)
Advogados de defesa ao fundo do réu. (Foto: Paulo Francis)

Confira a galeria de imagens:

  • (Foto: André Bittar)
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