Seis anos depois, família de Brunão se prepara para justiça por assassinato
Crime aconteceu em 2011 e família ainda tem receio que réu pode não ser condenado
Cristhiano Luna de Almeida, de 29 anos, vai a júri popular pela morte do segurança Jeferson Bruno Escobar, o Brunão, nesta sexta-feira (24), às 8h, em Campo Grande.
Quase 7 anos depois, a família da vítima se prepara para o dia em que acredita que a justiça será feita.
Ansiosa, nervosa e preocupada. Foi assim que a mãe de Brunão, Ediselma Gomes Vieira descreve seu estado emocional as vésperas do julgamento. “Ainda tenho medo da justiça não acontecer”, disse.
Para ela, a possível condenação do réu não será só pela memória do filho, mas também pelo ex-marido, que morreu sem conseguir presenciar o julgamento. “Era uma luta nossa. Esta condenação deixará meu filho e ex-marido descansarem em paz”, acredita.
A advogada Mayara Hortência Cardoso Gonçalves, 29 anos, explica que a insegurança da tia é a mesma que a dela. “O júri é composto por pessoas da sociedade, o que nos deixa inseguros quanto a condenação. Tudo o que queremos é que quem ocupar aquelas cadeiras se coloque pelo menos por um instante no lugar dos familiares de ‘Brunão’”, apela.
Ainda segundo a prima da vítima, o fato que o réu foi flagrado descumprindo medida cautelar de não frequentar bares também deve ser levado em consideração. “Para nós a sensação foi de que ele [Cristhiano] achou que não seria pego pelo ‘braço da lei’, pois depois de ser fotografado ainda recebemos a informação de que dias depois Cristhiano foi visto em uma festa”, denuncia.
Manifestação – A família e amigos pretendem chegar pelo menos uma hora mais cedo na frente da sala do júri da Capital. Com camisetas e faixas o grupo pretender orar pedindo justiça e também assegurar que conseguirão assentos na primeira fila do tribunal.
Caso - Brunão morreu em 19 de março de 2011. Na ocasião, ele virou alvo de Almeida ao tentar retirá-lo de dentro da casa noturna após uma briga generalizada. Acabou agredido e morto pelo acusado, que na época era bacharel em direito e praticante de artes marciais, do lado de fora do local.
O julgamento pelo crime de homicídio simples aconteceria em dezembro do ano seguinte, mas o assistente de acusação foi ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) para pedir que a condenação incluísse duas qualificadoras do indiciamento por homicídio retirados pela defesa: motivo fútil e falta de chance de defesa da vítima.
A decisão favorável aconteceu anos depois, no dia 18 de setembro de 2017. Logo após o réu voltar a ser preso por desrespeitar as medidas alternativas que garantiam sua liberdade.
Luna estava solto desde maio de 2011 por força de um habeas corpus, mas voltou para a prisão no dia 30 de junho deste ano após ser fotografado numa mesa de bar.
Foram amigos da vítima, que era segurança da casa noturna Valley Pub e morreu aos 23 anos, que fotografaram Luna e o entregaram às imagens polícia.
O MPE (Ministério Público Estadual) pediu a volta de Luna para a cadeia no dia 23 de junho deste ano e foi o juiz Aluízio Pereira dos Santos, quem decretou a prisão preventiva no dia 30.