"Foi violência gratuita", diz ferido em briga por cães que teve 1 morto
Confusão aconteceu há uma semana, no Jardim Seminário e resultou na morte de Luiz Henrique
"Foi irresponsabilidade deles, eles viram que a gente passava na frente da casa deles com os cachorros, e ainda daria tempo de fechar o portão para o cachorro não fugir", afirma adolescente de 17 anos que foi agredido e teve a orelha dilacerada no dia (22), durante uma confusão em que amigo dele, Luiz Henrique de Souza Barbarotti, 21 anos, foi morto depois de ser atingido por dois tiros. A briga teria relação com os cães que os jovens levavam para passear.
Segundo o adolescente, era comum que o grupo de amigos, que se conheceu no rancho em que Luiz trabalhava, saísse para a Orla Morena às quintas-feiras para levar os cachorros do jovem para passear. "Ele e mais um colega nosso foram na frente, e eu e outro amigo os encontramos lá de bicicleta depois, e quando estávamos todos voltando que tudo aconteceu".
Ele lembra que, enquanto o grupo de amigos passava na frente de uma das residências, na esquina das ruas Dois de Outubro e Teodomiro Serra, dois jovens abriram o portão para entrar na casa. "Eles abriram muito o portão, não precisavam de tanto, e assim que saiu o vira-lata, eles tiveram tempo para fechar o portão e evitar que saísse o Pitbull. Eles fizeram de propósito", lamenta o menino.
"Quando o Luiz chutou o Pitbull para sair de perto do cachorro dele, o cara ficou irritado e já partiu para cima da gente. Como éramos quatro contra dois, eles apanharam, daí o nosso amigo pediu para guardarem o cachorro que a gente só queria ir embora". Ele ainda lembra que após a confusão tiveram que ir atrás dos cachorros do amigo, que fugiram durante a primeira briga.
Poucas quadras depois o grupo de amigos encontrou os jovens novamente. "Foi perto da lombada, assim que a gente passou por lá, eles jogaram o carro para cima de nós. O motorista era quem estava armado e já veio direto para cima do Luiz e os outros dois pra mim, porque eu estava mais à frente".
O adolescente ainda lembra que por um tempo conseguiu segurar os dois e logo depois o terceiro começou a lhe dar coronhadas, mas depois de um tempo conseguiu correr. "Eu corri e escutei quatro disparos, meu amigo estava correndo do meu lado e caiu, nessa hora eu percebi que os dois estavam vindo para cima dele".
Ao defender o amigo, o adolescente foi derrubado e voltou a ser agredido. Um deles subiu nele e batia direto no rosto. "Eu consegui segurar a cabeça dele perto do meu peito, foi quando ele me mordeu", conclui.
"Depois que consegui me soltar de novo, comecei a pedir socorro na rua, foi quando pararam dois carros e as pessoas desceram para ajudar, o motorista chamou os guris para entrarem no carro e ir embora", completa o adolescente.
O adolescente relembra que logo que os três agressores foram embora a Polícia Militar apareceu, mas os atendimentos ficaram centrados apenas no Luiz, que já estava sem vida. Segundo ele, mesmo com a orelha dilacerada, só foi receber atendimento médico depois de três horas de toda a confusão.