Acusado de esfaquear jardineiro ao cobrar R$ 10 diz que matou para se defender
Crime aconteceu na noite de 6 de julho do ano passado, na Rua Era Atômica, no Jardim Noroeste
Acusado de matar com 7 golpes de faca o jardineiro Sérgio Otazu de Souza, de 34 anos, por dívida de R$ 10, o catador de material reciclável Elinaldo Moura da Silva, de 44 anos, o Mano, disse na manhã desta sexta-feira (24) durante julgamento na 2ª Vara do Tribunal do Júri, que matou para se defender.
O crime aconteceu na noite do dia 6 de julho do ano passado, na Rua Era Atômica, no Jardim Noroeste, bairro localizado na saída para Três Lagoas, em Campo Grande, mesmo lugar em que o irmão da vítima, Moacir, havia sido morto 7 meses antes. Apesar da tragédia em família, os homicídios não têm relação.
Ao ser indagado pelo juiz Aluízio Pereira dos Santos, o porquê do apelido Mano, Elinaldo justificou dizendo “que tem o costume de sempre ajudar o próximo, dar uma força, por isso o apelido. Mano é de irmão”, disse. Elinaldo tem diversas passagens pela polícia por crimes como dano, falsidade ideológica, roubo, furto, lesão corporal seguida de morte, roubo tentado e tráfico de drogas.
Segundo a denúncia do MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul), Elinaldo cometeu o crime por causa de uma dívida de R$ 10. Ele negou e disse que matou para se defender. Segundo o acusado, conhecia o jardineiro havia pouco tempo, mas mesmo assim já tinha morado com Sérgio por 3 meses. “Eu usava pasta base de cocaína e a vítima também”.
Ele contou que no dia do crime, procurou a vítima para cobrar a dívida, mas os dois discutiram e começaram a se agredir. Conforme Elinaldo, na confusão foi ferido pela vítima no punho e atacado a tijoladas. “Enquanto ele me acertava os tijolos, corri e peguei uma faca na mochila. Dei dois golpes nele, no peito e no braço. Não lembro de ter dado 7 golpes. Estava sob efeito de drogas, mas sabia o que estava fazendo”, contou.
Conforme Elinaldo, só fugiu do local porque começou a ser agredido a pauladas e pedradas por outros moradores. “Sai correndo e não voltei mais. Não matei ele por causa dos R$ 10. Matei porque ele me agrediu e tentou me matar. Ele me tacou faca e depois várias tijoladas. Ele era nervoso, vivia bravo, xingando. Ele nunca tinha me agredido fisicamente, mas me xingava direito. Parece que ele tinha problema mental”. Elinaldo foi preso 3 meses após o crime.
O resultado do julgamento será divulgado no período da tarde.