Além de aulas em universidades, preso com material pornográfico é PM licenciado
Cabo de 35 anos dá aula de Direito em faculdade e tem registro emitido recentemente pela OAB
Entre os quatro presos da terceira fase da Operação "Deep Caught", contra abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes por meio da internet, está um policial militar, de 35 anos, que atua irregularmente como advogado e até dá aula de Direito em Campo Grande. Ele foi preso esta manhã no Bairro Bom Jardim, com material pornográfico e uma arma de fogo sem registro.
A reportagem apurou que o preso está afastado das funções na corporação militar para tratar de interesse pessoal. Porém, trabalha como professor de Direito em faculdades particulares, segundo informou à Polícia Civil.
A situação dele, conforme levantado pelo Campo Grande News, é contra as regras da PM e da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). Policiais só podem advogar quando estão na reserva.
Uma das suspeitas é que ele tenha feito a carteira da Ordem dos Advogados sem informar que é servidor público da segurança. A seção de Mato Grosso do Sul da OAB informou que vai analisar a situação do advogado, que tem registro profissional emitido recentemente, conforme o número.
No portal da transparência do governo de MS, a informação é de que o cabo recebeu os salários do governo normalmente até o ano passado. O tipo de licença tirada por ele normalmente é sem remuneração.
Outros presos - Também foram presos na "Deep Caugth" um sargento do Exército de 37 anos, no Lar do Trabalhador, um empresário também de 37 anos, no Vilas Boas, e um auxiliar contábil, de 34 anos, no São Francisco.
O empresário também estava em posse de arma de fogo, de calibre 38, sem registro, como informado.
A ação foi desenvolvida pela DEPCA (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente).
Foram seis meses de investigação até que a operação fosse desencadeada. Os investigadores chegaram aos alvos durante rondas cotidianas na deep web, como é chamada a parte obscura da internet.
Foram apreendidos 202 gigas de materiais pornográficos com os presos. O conteúdo será encaminhado para a perícia para instruir o inquérito. As prisões foram em flagrante por ilícitos previstos no ECA (Estatuto de Criança e do Adolescente)