Antes de esfaquear ex, homem tentou garantir carona para fugir para Curitiba
Mayckon Costa Crispim esteve em posto de gasolina, onde foi baleado, horas antes de tentativa de feminicídio
Antes mesmo de tentar matar a ex-companheira com 20 facadas, Mayckon Costa Crispim, 33 anos, esteve no mesmo posto de gasolina onde foi baleado por equipe do BPMChoque (Batalhão de Choque) da Polícia Militar e tentou garantir carona para fugir para Curitiba, no Paraná. O caso aconteceu na noite de terça-feira (17) e o autor foi morto no final da manhã desta quarta-feira (18).
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Mayckon Costa Crispim, de 33 anos, tentou fugir para Curitiba após esfaquear sua ex-companheira, mas foi baleado pela polícia em um posto de gasolina. Ele havia se mostrado calmo e amigável ao interagir com um caminhoneiro, oferecendo R$ 500 por uma carona. No entanto, após não conseguir a ajuda, ele foi visto novamente no posto, onde pediu um canetão para fazer um cartaz. No dia seguinte, foi abordado pela polícia, armado com uma faca, e acabou sendo baleado. Apesar de socorrido, não resistiu aos ferimentos, causando surpresa e temor entre os presentes no local.
Ao Campo Grande News, caminhoneiro de 36 anos, contou que ontem à tarde estava no posto de gasolina e foi interceptado por Mayckon. Os dois tomaram refrigerante juntos e conversaram sobre algumas coisas. O homem, então, ofereceu R$ 500 para que ele o levasse até Curitiba.
“'Eu dou quinhentão para você me levar para lá'. Eu falei que até fazia Curitiba, mas que estava indo para Corumbá. Ele estava só com a roupa do corpo e eu falei que parecia bandido, aí falou que tinha dado a roupa para os parentes. Ele parecia muito gente boa. Conversou de boa com a gente. Bem calmo, não levantou suspeitas”, relatou o homem que prefere não se identificar.
Como ele não conseguiu convencer o motorista, ele pediu ajuda para garantir a carona até a capital paranaense. No entanto, saiu do local e só na manhã de hoje foi visto novamente. À reportagem, funcionária do local disse que Mayckon pediu canetão para escrever cartaz.
“Eu estava lavando aqui na frente e ele viu que eu tinha um canetão, me pediu emprestado. Eu emprestei. Ele pegou um pedaço de papelão ali atrás, depois devolveu o canetão. Super calmo. Ele estava com uma faixa na mão, uma sacolinha que parecia que tinha uma marmita e o celular”, afirmou a mulher que também prefere não se identificar.
Mayckon acabou sendo baleado no local hoje por volta das 11h30. Ele estava com uma faca e chegou a ser socorrido para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) do Bairro Universitário, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. Caminhoneiros que estavam no posto de combustíveis ouviram os tiros e viram a movimentação policial.
“Estava almoçando na hora e o restaurante bem cheio de gente. Ouvi uns dois tiros e depois umas três viaturas da polícia aqui fora. A gente assusta né, porque não vê isso todo dia” diz Valdir Silva, 48 anos.
Já Claudinei Jesus, 51 anos, estava no pátio do posto quando tudo aconteceu. “O pipoco foi feio. Estava aqui fora na hora, mas não vi o rapaz. Logo depois dos tiros, isolaram a área ali e lotou de polícia. A gente vê de tudo nas estradas, mas não espera umas coisas assim”, declarou o motorista.
O caso - Mulher de 40 anos foi esfaqueada mais de 20 vezes na saída de um supermercado localizado na Rua Treze de Maio, região do Bairro São Francisco, durante o início da noite dessa terça-feira (17), em Campo Grande. Mayckon era o principal suspeito do crime.
De acordo com a delegada Analu Ferraz, a mulher estava na Capital para passar as festas de fim de ano com familiares e durante o período manteve contato com o ex-companheiro, porém disse a ele que não queria mais manter o relacionamento. Ontem o levou até a rodoviária para que Mayckon voltasse para Santa Catarina.
No entanto, o homem não embarcou e foi atrás da vítima em um supermercado na região do Bairro São Francisco. Ele chegou em carro de aplicativo e esfaqueou a mulher, que foi socorrida por equipe do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência), em estado grave.
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