Anvisa autoriza aumento de quase 11% no preços dos remédios a partir de hoje
Precificação aumenta com base na inflação atual, além de outros fatores do mercado farmacêutico
A CMED (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos), órgão da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), determinou reajuste anual de até 10,98% nos preços dos remédios em todo o Brasil, conforme portaria publicada nesta sexta-feira (1º) em Diário Oficial da União.
Na prática, os preços já aumentar a partir de hoje – no entanto, as indústrias de medicamentos têm de apresentar relatório de comercialização ao órgão até 10 de abril para pode fazer a mudança no valor.
O Campo Grande News verificou que algumas farmácias em Campo Grande já têm cobrado valor com a ampliação nesta manhã.
Vale ressaltar que a CMED ainda poderá solicitar documentos ou informações adicionais para confirmação de dados ou esclarecimento de dúvidas, antes de que o estabelecimento pratique o valor.
Além disso, as empresas produtoras ainda deverão dar ampla publicidade aos preços de seus medicamentos, por meio de publicações em mídias especializadas de grande circulação, conforme a CMED.
"As unidades de comércio varejista deverão manter à disposição dos consumidores e dos órgãos de proteção e defesa do consumidor as listas dos preços de medicamentos atualizadas."
Cálculo do preço - O reajuste dos remédios tem como base o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), feito pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que mede a inflação oficial do Brasil.
Além disso, são utilizados outros três fatores, conforme o órgão público, apelidados de X, Y e Z.
Em publicação no site oficial de notícias, o CRF (Conselho Regional de Farmácia) de Mato Grosso do Sul afirmou que este é o maior reajuste feito nos últimos 10 anos no Brasil.
Farmácias não podem vender remédios a preços maiores que o PMC (Preço Máximo ao Consumidor) por lei. Confira neste link, a relação com os valores fixados e que são atualizados mensalmente.
Dicas para comprar remédio - Na publicação do órgão regional, o assessor técnico do CRF, Adam Adami, ressalta que o consumidor deve estar atento a pesquisa de preços, para evitar gastos maiores e verificar se é possível usar genéricos ou similares. "Uma medida importante para o consumidor adotar para tentar contornar o problema dos preços elevados é pesquisar em várias farmácias, é nunca aceitar o preço na primeira farmácia ou sem pesquisar antes."
"Uma possibilidade também é ele se utilizar o programa Farmácia Popular, que tem uma lista de medicamentos gratuitos e listas de medicamentos com descontos de até 90%, mediante modalidade de copagamento."
Em território brasileiro, é possível encontrar alguns remédios para doenças crônicas, como diabetes, asma e hipertensão, de forma gratuita para usuários do SUS (Sistema Único de Saúde) ou quem tem receita de clínica particular, que também pode contar com o programa.
Para pedir os medicamentos, a pessoa precisa ir até uma farmácia que possui indicação de "Aqui tem farmácia popular" ou em uma UBS (Unidade Básica de Saúde) que tenha o serviço. É preciso apresentar a receita médica e um documento com foto.
Além disso, ele orienta que farmacêuticos devem respeitar limites éticos e legais para a precificação. “O farmacêutico pode lançar mão de vários aspectos para contribuir com a saúde do paciente."
"Atualmente, nós temos uma variedade muito grande de marcas de medicamentos, de genéricos e similares, que geralmente são mais baratos que os de referência. Uma opção é procurar os medicamentos nas farmácias da rede pública das secretarias municipais ou estaduais de Saúde."
Outra estratégia é usar programas de desconto de medicamentos dos laboratórios fabricantes ou PBM (Programa de Benefício em Medicamentos).