Após 10 dias de trabalho exaustivo no RS, bombeiros de MS voltam para casa
Equipes foram recebidas com sirenes, abraços, aplausos e orações na noite desta quinta-feira (16)
Após 10 dias de atuação nos desastres ambientais que assolam a população gaúcha, a equipe de nove militares do Corpo de Bombeiros Militar de Mato Grosso do Sul retornou para a casa. A recepção, marcada pelo sentimento de perseverança, aconteceu no 1º Grupamento dos Bombeiros durante o início da noite desta quinta-feira (16), em Campo Grande.
Ao todo, os militares sul-mato-grossenses que participaram de 715 ações humanitárias foram recebidos com sirenes, abraços, palmas e orações. Para a reportagem, o capitão Rodrigo Alves Bueno disse estar satisfeito com o trabalho realizado. "É um sentimento de dever cumprido. O povo unido por ele mesmo é impressionante. Tivemos muitos episódios de tristeza, mas assim, o que mais emociona é a união de todos".
Ele ressaltou que se emocionou com as cenas de resgate. "A gente fica emocionado. Eu tenho filhos, né? A gente sente algo quando vê os brinquedos perdidos, com algo que remete à família. Remeteu também a uma vida que talvez tenha se perdido com a situação de calamidade".
Os militares disseram ao Campo Grande News que se chocaram com a primeira imagem vista do desastre ambiental. A equipe descreveu que conseguia ver o tamanho da tragédia pelo fato de não conseguir chegar no local pela rota estabelecida.
"Todas as vias de acesso até a corporação de São Leopoldo (RS) já estavam interditadas por conta da enchente. A dimensão da tragédia é grande. Isso foi o que mais me impactou. Foi uma viagem de dois dias, sem descanso, para atender o ápice da ocorrência. Na primeira noite, me deparei com pessoas ilhadas, literalmente em cima de casas", destacou o capitão.
Já o cabo Hugo relatou que a experiência foi de superação. "Percebi das vítimas que elas não tinham visto o tamanho da tragédia. Nós que vimos de fora, observamos o estado de choque em nossa frente. Felizmente, tivemos um apoio e acolhimento muito grande e demos o nosso melhor".
A coronel Helena destacou que a missão foi considerada árdua. "Tentamos escolher e delimitar os militares mais bem preparados para aquela missão. E aqui em Campo Grande, a gente sempre teve esse contato contínuo para saber se eles estão precisando de alguma demanda como dar esse apoio de logística, e até questão de saber como eles estavam".
Com o retorno à Capital, os oficiais foram substituídos por outros nove militares. Entre os bombeiros está a cadela Laika, especialista em salvamento e resgate. "Agora é hora de descansar, tanto de forma física como na mente. Passar um tempo com a família", finalizou a coronel.
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