Após acareação, participação de mulher em tortura é evidente, afirma delegado
Confronto dos depoimentos aconteceu na manhã de hoje (02) na DEPCA
Três dos quatro suspeitos presos de torturar um menino de 4 anos durante rituais de magia negra em Campo Grande passaram por acareação na manhã de hoje (02). De acordo com o delegado Paulo Sérgio Lauretto, titular da Depca (Delegacia Especializada de Proteção à Criança e ao Adolescente) e responsável pelo caso, a acareação foi necessária pois os depoimentos se contradizem.
O delegado confrontou os depoimentos do primo da criança, de 18 anos, do tio, 46, e da mãe da tia, uma mulher de 60 anos que foi presa ontem (01), em Aquidauana. A tia da criança não participou da acareação pois está presa em Corumbá, distante 428 km da Capital.
Os dois suspeitos asseguram que a mulher teve participação efetiva, e a apontam, inclusive, como a mentora dos rituais e das agressões à criança. Já, a mulher negou envolvimento e até mesmo o conhecimento do que acontecia nas duas vezes em que prestou depoimento.
"Todos mantiveram as versões que deram no depoimento individual. No entanto, mesmo a mulher negando, ficou evidente a participação dela no acontecido, não tem como ela se furtar à reponsabilidade", afirmou o delegado.
Lauretto afirmou, também, que já ouviu a diretora de um Ceinf (Centro deEducação Infantil), onde a criança estaria matriculada e iniciaria as aulas no dia 29 de fevereiro. O delegado não quis dar detalhes do depoimento da servidora para não atrapalhar o andamento das investigações.
Caso – Um casal de tios, um homem de 46 anos e a mulher de 31, qure tinham a guarda da criança desde maio do ano passado, um primo, 18, e a mãe da tia da criança, 60, são suspeitos de torturar o menino de 4 anos durante rituais de magia negra. A polícia começou a desvendar o caso no dia 23 de fevereiro, após ser acionada pelo Conselho Tutelar Centro, que constatou queimaduras e marcas de espancamento pelo corpo do menino, que está internado na Santa Casa. Os tios e o primo confessaram a violência e dizem que agiam sob influência de uma entidade. Os quatro estão presos e devem responder por tortura qualificada e abandono de incapaz, com pena superior a 10 anos de prisão. O menino deve ter alta até domingo (6) e voltará para uma instituição de acolhimento.