Após temporal, falta lona e cobertor para reconstrução de barracos em favela
Chuvas danificaram boa parte das moradias das 450 pessoas que vivem na comunidade; cômodos ficaram repletos de barro
O temporal que atingiu Campo Grande na terça-feira (12) danificou diversos barracos na Favela do Mandela, localizada na região Norte da cidade. Hoje, os moradores começaram o dia em busca de lonas, telhas e cobertores para tentar reconstruir o que foi levado pelas chuvas.
A representante da comunidade, Greicieli Naiara Ferreira, comenta que eles já estão acostumados a ver os barracos inundados quando chove. Assim que o tempo firmou ela percorreu todos os corredores da favela perguntando aos moradores sobre as maiores necessidades. “Nosso pedido hoje é por mais lonas e cobertores”, diz.
Greiciele mora com os três filhos, mas está com uma visitante em casa. A mãe dela decidiu passar uns dias com a família. Com isto, a jovem está dormindo no chão. “Coloquei cobertas mais grossas para a água não passar para o colchão, mas hoje amanheci com o cabelo molhado”, diz.
A dona de casa Renata Ana dos Santos, de 24 anos, já teve de mudar de um barraco para outro acompanhada dos filhos para evitar as inundações, mas não adiantou muito. Ela conta ter perdido a televisão da família na chuva de ontem. “Ganhei há duas semanas em um culto, mas queimou”, lamenta.
Segundo ela, o colchão em que eles dormem ficou encharcado. “Toda vez que chove a terra invade as casas. Meu filho que é especial fica bem nervoso”, detalhou.
A dona de casa Jéssika Tomiate Dourado, de 25 anos, estava terminando de limpar a casa onde mora com o marido e três filhos quando a chuva começou e a água invadiu a moradia pelo espaçamento das telhas. A cama, o colchão e as roupas das crianças ficaram completamente encharcados.
“Entrei em desespero! Não sabia o que fazer com os meus filhos. Um eu mandei para a casa da minha mãe e o outro para a minha sogra. Só o pequeno, de três anos, ficou comigo”, declarou.
Na Favela do Mandela moram 450 pessoas de 165 famílias, incluindo 280 crianças de até 11 anos e 48 adolescentes.