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Capital

‘Bad boys’ de vídeo viram réus por tentarem matar jovem e devem ir a júri

Cinco meses depois das cenas de violência ganharem as rede sociais, MPE ofereceu denúncia contra quatro rapazes e juiz os tornou réus por tentativa de homicídio

Anahi Zurutuza | 19/02/2017 10:12
Nas imagens, Jhonny aparece chutando o rosto do rapaz (Foto: Reprodução/vídeo)
Nas imagens, Jhonny aparece chutando o rosto do rapaz (Foto: Reprodução/vídeo)
Jhonny Celestino saindo da 1ª Delegacia de Polícia (Foto: Alcides Neto/Arquivo)
Jhonny Celestino saindo da 1ª Delegacia de Polícia (Foto: Alcides Neto/Arquivo)

Jhonny Celestino Holsback Belluzzo, 20 anos, Alessandro Ronaldo Mosca Júnior, 21 anos, e mais dois rapazes serão julgados por espancar um jovem de 18 anos, após uma festa open bar na Vila Jacy, em Campo Grande, até que ele desmaiasse. A Justiça tornou o grupo réu por tentativa de homicídio, crime considerado hediondo e por isso, analisado em júri popular.

A sessão de espancamento aconteceu em setembro do ano passado e ganhou repercussão depois que vídeo foi divulgado nas redes sociais.

Conforme consta na denúncia oferecida pelo MPE (Ministério Público Estadual) contra os “bad boys”, o crime aconteceu por volta das 3h do dia 18 de setembro de 2016. Ao sair da festa, a vítima urinou na roda de um Fiat Pálio, que pertencia a Jhonny, e um Renault Sandero Stepway, que era de José Guilherme do Carmo Weiler, o terceiro acusado de tentativa de homicídio. 

Testemunhas ligaram para Jhonny e contaram o que o jovem de 18 anos tinha feito e o agressor, acompanhado de amigos, saiu da festa para verificar a situação. Colegas de Jhonny, Alessandro e José Guilherme relataram que a vítima seguiu para a casa de um amigo, momento que outro rapaz disse saber o endereço e levou os “bad boys” até a tal residência.

O jovem agredido estava chegando a pé ao local citado e correu quando percebeu o comboio de carros estacionados em frente à casa do amigo.

Neste momento, ainda conforme relata a acusação no processo, o grupo começou a perseguir a vítima, alguns correndo e outros de carro. O rapaz foi alcançado primeiro por Alessandro, que passou a chutá-lo.

Logo depois, Jhonny desceu do carro onde estava e também passou a chutar, socar e dar tapas na vítima, além de arrastar o jovem pelo asfalto. O rapaz já estava caído quando José Guilherme chegou e também passou a agredi-lo.

Jhonny deu um “mata leão” na vítima e quando o jovem já estava inconsciente o agressor continuou chutando a cabeça do rapaz.

A sessão de espancamento só terminou quando pessoas que assistiam a cena de violência intervieram. No vídeo, é possível ouvir uma pessoa gritar: “não mata ele não”

A vítima foi deixada no local sem que ninguém acionasse socorro médico.

A polícia só tomou conhecimento do caso quando vídeo passou a circular nas redes sociais e um agente registrou boletim de ocorrência na 1ª DP (Delegacia de Polícia), dizendo saber que um dos “bad boys” era conhecido como “Coruja”, no caso, Alessandro. Foi assim que policiais chegaram aos agressores.

Denúncia – A promotora de Justiça Lívia Carla Guadanhim Barian é a responsável pela acusação e ofereceu denúncia contra o grupo no dia 14 de fevereiro deste ano. No dia 17 deste mês, o juiz Carlos Alberto Garcete, da 1ª Vara do Tribunal do Júri, tornou Jhonny, Alessandro e José Guilherme réus por tentativa de homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e recurso que dificultou a defesa da vítima.

“Não bastasse a quantidade excessiva de golpes, estes foram desferidos em regiões não vitais e de forma sucessiva, com o intuito de causar dor desnecessária na vítima”, destacou a promotora na denúncia.

Eduardo de Paula Mendonça Filho não participou diretamente da sessão de espancamento, mas foi ele quem transportou de carro Jhonny até a vítima sabendo das intenções dos amigos, segundo a acusação, e por isso, ele também foi denunciado por tentativa de homicídio.

Todos devem ir a júri popular, embora as defesas ainda possam recorrer antes que o julgamento seja marcado.

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