Beneficiário do Bolsa Família não se acomoda e trabalha para elevar renda
Contradizendo o argumento de algumas pessoas que acreditam que os usuários do programa Bolsa Família do Governo Federal são desocupadas e acomodadas, famílias campo-grandenses mostram que além do benefício também trabalham para aumentar a renda. Somente em Campo Grande, 29.596 famílias dependem do programa para sua subsistência
O Bolsa Família é um programa de transferência condicionada de renda que beneficia famílias pobres e extremamente pobres. Na Capital, as famílias recebem benefícios com valor médio de R$ 140,29 por mês. Só em outubro, em Campo Grande, o Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome repassou R$ 4,1 milhões às famílias pobres.
Esse é o caso da dona de casa Mariedina Fernandes Rios, de 25 anos, que ganha RS 147 do Bolsa Família. Com o auxílio, ela consegue criar sozinha os filhos de 3 e 5 anos. “Com o dinheiro eu consigo comprar frutas e verduras para colocar na mesa, medicamentos quando eles estão doentes e comprar um gás, por exemplo, quando acaba aqui em casa”, comentou.
Mariedina completa a renda sendo manicure e pedicure pela região do bairro Noroeste. Sobre a opinião de algumas pessoas que acham que os beneficiários são desocupados, Mariedina rebate. “Decerto quem fala isso é por que não precisa, nunca passou dificuldade e tem tudo do bom e do melhor. Essas pessoas precisam saber que o Bolsa Família ajuda famílias carentes que tem crianças, e muitas vezes não tem nem o que comer dentro de casa”, destacou.
O beneficiário Valderi Balbino, 27 anos, cuida dos dois irmãos de 7 e 9 anos com o valor que recebe do Bolsa Família. Para complementar a renda, ele montou uma pequena conveniência para vender doces e salgados. “Se não fosse pelo programa a gente ia passar meio apertado, mas para tudo se dar um jeito né”, apontou.
Mãe de Valderi, Donatília Balbuino, 52 anos, falou que com o dinheiro ela compra materiais escolares e roupas para as crianças estudarem. “Quero que eles sejam alguém na vida e não precisem ficar dependendo de ninguém para comprar as coisas”, explicou.
A dona de casa Lucileny Alvarenga, 29 anos, que é beneficiária do programa há 11 anos ganhando R$ 182 , conta que tinha muita dificuldade de criar os três filhos antes de ser cadastrada. “Era muito difícil e eu tinha que me virar para conseguir sobreviver. Hoje não, sempre estamos com a mesa cheia e até mesmo consigo fazer um empréstimo para ajudar minha mãe que está doente”, informou.
Em todo o Mato Grosso do Sul, o programa beneficiou, no mês de outubro deste ano, 146.103 famílias, representando uma cobertura de 105,6 % da estimativa de famílias pobres. As famílias recebem benefícios com valor médio de R$ 163,54 e o valor total transferido pelo Governo Federal em benefícios às famílias atendidas alcançou R$ 23,8 milhões em outubro deste ano.