Bernal não paga empresa e 14,5 mil crianças podem ficar sem merenda
Os Centros de Educação Infantil (Ceinfs) da Prefeitura de Campo Grande correm o risco de ficar sem receber 25 itens da merenda em razão da falta de pagamento do fornecedor de alimentos secos, como arroz, feijão e macarão. O presidente da Comissão de Assistência Social da Câmara de Campo Grande, vereador Flavio Cesar (PT do B), denunciou hoje que a empresa MDR vai suspender o repasse que atende as crianças das creches.
Segundo Flávio Cesar, a fornecedora MDR não recebe pagamento do município desde janeiro, quando começou a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP), e a dívida já chega a R$ 600 mil. “A empresa já não tem condições de continuar mantendo o fornecimento dos gêneros”, informou ele. A Prefeitura de Campo Grande possui hoje 96 creches, atendendo a um público de 14,5 mil crianças. São servidas quatro refeições e lanches por dia.
A secretaria municipal de Assistência Social, Thaís Helena, admitiu que existe um atraso de pagamento pelos serviços da MDR, mas não soube informar com exatidão e o valor devido. Garantiu, porém, que não há previsão de suspensão no fornecimento dos gêneros alimentícios.
“A entrega não está atrasada. Ela é feita sempre depois do dia 5 e vai começar amanhã. Não recebi oficialmente nenhuma informação da empresa de que não vai fazer entrega”, afirmou Thaís. “Encaro isso a título de fococa”, declarou ela.
Na manhã de ontem (3), Flávio e a vice-presidente da Comissão de Assistência Social, Carla Stefanini (PMDB), já tinham constatado a dificuldade de acesso a alimentos perecíveis em Ceinfs visitados. Receberam informações, inclusive, que os pais e funcionários fazem “vaquinha” para que os alimentos não faltem.
Flavio Cesar relatou hoje também o resultado do encontro, na tarde de quarta-feira, com a secretária de Assistência Social, Thais Helena, que informou que o problema da falta de alimentos nos Ceinfs já estava sendo sanado com o lançamento de novo processo licitatório. O anterior foi cancelado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE) em razão de falhas no edital.
Para o presidente da Comissão de Assistência Social, as atitudes do prefeito Alcides Bernal (PP) trazem dificuldades para a população e a morosidade como problemas são tratados piora ainda mais situação.
Transporte escolar - A situação do transporte escolar, que atende regiões mais distantes do município, inclusive os distritos, também é preocupante. Os prestadores de serviço que colocam ônibus à disposição da Prefeitura de Campo Grande, estão sem receber desde o início das aulas e ameaçam suspender a atividade.
Em fevereiro, os responsáveis pelo transporte escolar ameaçaram paralisar o serviço, mas o secretário de Educação, José Chadid, contornou a situação, afirmando que eles poderiam continuar e que seriam pagos.
O prefeito Alcides Bernal chegou a se reunir com os transportadores e contratos foram firmados, mas os prestadores do serviço ainda não receberam nada. O grupo evita falar por temer rompimento de contratos, mas uma crise ameaça o setor.