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Capital

Cadeirante diz que foi convidada para participar de evento sem acessibilidade

Representante da Associação de Mulheres com Deficiência de MS não conseguiu acessar palco de evento na Famasul

Mylena Fraiha | 29/04/2023 17:29
Durante evento, Mirella não conseguiu acessar palco devido a falta de rampa em auditório (Foto: Arquivo pessoal)
Durante evento, Mirella não conseguiu acessar palco devido a falta de rampa em auditório (Foto: Arquivo pessoal)

“Mesmo representando pessoas com deficiência, me senti excluída”. A frase sintetiza o que a presidente da Associação de Mulheres com Deficiência de Mato Grosso do Sul, Mirella Ballatore, 59 anos, sentiu ao não poder acessar o palco de um evento sediado no auditório da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), em Campo Grande.

De acordo com Mirella, ela foi convidada para participar do evento, mas não conseguiu se aproximar do palco por não ter rampa ou facilidade no acesso para pessoas que utilizam cadeiras de rodas. “Então eu fui no evento, com expectativa de discutir acessibilidade, mas aí chego e não tem uma rampa. Eu não me vitimizo, mas fiquei revoltada e me senti excluída”, desabafa.

Auditório da Famasul não possui rampas que dão acesso ao palco (Foto: Arquivo pessoal)
Auditório da Famasul não possui rampas que dão acesso ao palco (Foto: Arquivo pessoal)

O 6º Seminário “Cidades Brasileiras: desejos e possibilidades” abordou temáticas como Rota de integração latino-americana; Rota Bioceânica; Intersetorialidade e interação na gestão pública; Cidades pós-pandemia; Mudanças climáticas; Desafio da infraestrutura da cidade e a Mobilidade Urbana.

No final das discussões, Mirella publicou em suas redes sociais que ficou decepcionada com a falta de cuidado com pessoas com deficiência. “Fiquei muito indignada com a falta de cuidado e por não pensarem que poderia ter uma pessoa com deficiência convidada para ir. Aí fazem um evento em um local totalmente inacessível, onde não posso interagir com outras pessoas”.

Apesar de reforçar a importância das temáticas abordadas no seminário, Mirella destacou que é preciso voltar os olhos à acessibilidade, que muitas vezes é deixada de lado por equipes organizadoras. “Uma coisa eu quero deixar clara. Eu não sei quem organizou, só que o problema não foi o evento, mas sim a escolha do local”.

Esclarecimento - De acordo com a Famasul, o prédio foi construído a partir de projeto de acessibilidade que inclui rampa lateral ao auditório, com acesso pela área externa. Segundo a assessoria de comunicação, também há espaço reservado para cadeirantes à direita do corredor, na segunda fileira de assentos, bem como elevador no hall da entrada principal que interliga o térreo ao primeiro andar.

Também apontaram que em 2023 terá início reforma completa do auditório que, além de melhorias na parte elétrica, acústica, sonorização, iluminação e estofado, irá aprimorar e ampliar a acessibilidade já existente.

"Informamos ainda que o Sistema Famasul realizou a locação do auditório para o evento, e que este não teve o apoio de nossa instituição", reiterou trecho da nota.

A reportagem entrou em contato com a assessoria de comunicação da Planurb (Agência Municipal de Meio Ambiente e Planejamento Urbano), entretanto, até o fechamento desta matéria, não obteve resposta. O espaço continua aberto.

(***) Matéria editada às 18h28 para acréscimo de informações.

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