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Capital

Campanha por alteração no Código Penal reúne famílias de vítimas

Elverson Cardozo | 27/10/2012 12:12
Familiares de vítimas foram ao cruzamento da Afonso Pena com a rua 14 de julho pedir fim à impunidade. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Familiares de vítimas foram ao cruzamento da Afonso Pena com a rua 14 de julho pedir fim à impunidade. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Mobilização para assinatura de abaixo-assinado que pede mudança no Código Penal Brasileiro reuniu familiares de vítimas na manhã deste sábado (27), no centro de Campo Grande. Os manifestantes, que integram o movimento nacional, pedem adoção de penas mais rígidas para crimes contra a vida.

A proposta é da UDVV (União em Defesa das Vítimas de Violência), que analisou sugestões da comissão de juristas. A reivindicação principal é o pedido de aumento do período máximo de prisão de 30 para 50 anos.

Para a responsável pelo movimento em Mato Grosso do Sul, Raquel Ferraro, é injustificável que no Código Penal, criado em 1940, a pena máxima prevista ainda seja de três décadas. “A estimativa de vida aumentou”, disse.

Além disso, a UDVV pede também a alteração da pena mínima para o crime de homicídio simples, de 6 para 10 anos. Completam a lista os pedidos para elevação do tempo para progressão de pena e a volta do exame criminológico para concessão de benefícios penais.

O abaixo-assinado será entregue no Congresso Nacional, a todos os senadores e deputados federais. O objetivo é coletar mais de 100 mil assinaturas. Segundo Raquel Ferraro, 20 mil pessoas já assinaram a petição “Pelo Fim da Impunidade” no Estado. “Nossa contribuição vai ser de ¼ para todo o Brasil”, mensurou.

O ato para coleta de assinaturas em Campo Grande foi realizado no cruzamento da avenida Afonso Pena com a rua 14 de julho e reuniu familiares de vítimas como a do segurança Jefferson Bruno Escobar, o Brunão, que morreu em março do ano passado, após ser agredido durante uma briga que ocorreu no bar onde trabalhava.

A mãe do rapaz, Edcelma Gomes Vieira, de 40 anos, foi convidada pela UDVV a participar do ato. A cozinheira ainda acredita na justiça e o que mais quer é o fim da impunidade. “Os assassinos estão soltos. A justiça precisa ser mais rigorosa”, disse.

Para Edcelma, a luta pela adoção de leis mais rígidas é uma batalha em memória do filho que não volta mais. “Acredito em mudança, nem que a gente não possa usufruir disso”, disse.

Picelli Pereira, pai da menina Rayane, que morreu após ser atropelada por um traficante. (Foto: Rodrigo Pazinato)
Picelli Pereira, pai da menina Rayane, que morreu após ser atropelada por um traficante. (Foto: Rodrigo Pazinato)

Também estiveram presentes familiares de John Eder, assassinado no dia 11 de setembro de 2011 em frente ao bar Vodoo; de Daniel Manoel Dudu, o taxista de Campo Grande que foi morto a tiros, em agosto de 2011, após levar um casal de jovens do Estádio Morenão ao Jardim Nascente do Segredo.

Rinaldo Picelli Pereira, de 28 anos, pai da menina Rayane, também compareceu e levou a esposa e as tias. O jardineiro pede o fim da impunidade e espera que, com a petição, alguma mudança ocorra. “Tem que mudar”, enfatizou.

Rayane Amorim Picelli Perreira morreu aos 6 anos, após ser atropelada por um motociclista no dia 28 de fevereiro, no bairro Tarsila do Amaral, em Campo Grande. O condutor era o traficante Magno Henrique Martins, que fugia da polícia. A garota estava voltando da escola.

Petição virtual - A campanha se estende na internet, no site www.pelofimdaimpunidade.com.br. Até agora, 14.466 mil pessoas assinaram a petição virtual, o que representa apenas 14% do necessário.

Para participar basta preencher um formulário simples que pede nome, e-mail, número do RG, endereço, CEP, município e Estado.

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