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Capital

Campo Grande abandona setor do turismo e desativa até City Tour

Zemil Rocha | 15/05/2013 17:26
Até mesmo o City Tour parou de rodar pela cidade há mais de 40 dias (Foto: Arquivo)
Até mesmo o City Tour parou de rodar pela cidade há mais de 40 dias (Foto: Arquivo)

O prefeito Alcides Bernal (PP) levou 110 dias para escolher a nova chefia da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia, Turismo e do Agronegócio (Sedesc) e mesmo assim o setor de Turismo da Prefeitura de Campo Grande continua praticamente abandonado. A nova titular da Sedesc, Dharleng Campos de Oliveira, nomeada interinamente pelo prefeito Alcides Bernal e à frente do órgão há quase um mês, até hoje ainda não tem superintendente de Fomento ao Turismo, à Ciência e Tecnologia nem diretor de Turismo.

A estrutura de atendimento aos turistas está praticamente desmontada, o que coloca em risco a atração de pessoas interessadas em conhecer Campo Grande. Até o ano passado, a Capital recebia 100 mil turistas por mês. A Capital chegou a ter Centros de Atendimento a Turistas (CATs) funcionando o dia todo e parte da noite e agora os sete estão funcionando em horário reduzido de meio turno. Pelo menos um está desativado, o da Rodoviária de Campo Grande. O CAT da Morada dos Baís, por exemplo, só funciona de manhã e o do Aeroporto, no período da tarde.

Além da perda dos estagiários, o setor de turismo da Capital tinha sete turismólogos, inclusive o diretor de Fomento ao Turismo, os quais foram dispensados. Todos foram mandados embora e não contrataram ninguém para as vagas.

Até mesmo o ônibus de turismo não é mais visto fazendo passeios pelos pontos turísticos de Campo Grande. A paralisação das atividades aconteceu no dia 26 de março e duraria menos de 40 dias, mas o veículo não voltou a rodar até hoje. O ônibus passa pela primeira manutenção desde que entrou em operação em 2005 e ficaria parado até o dia 1º de maio, segundo o Campo Grande Convetions & Visitors Bureau.

“Tudo que a gente construiu foi abandonado. A gente até hoje tem reconhecimento do Ministério do Turismo, prêmios que recebemos. Jogaram tudo dentro de uma lata de lixo. Ficou na Superintendência só um mirinzinho”, afirmou Maria do Carmo, que foi superintendente de Turismo da Capital, na gestão do prefeito Nelsinho Trad (PMDB).

A desativando dos CATs, segundo ela, decorre principalmente da falta de estagiários. “Chegamos a ter 36 estagiários trabalhando no setor de turismo e pelas informações que eu tenho a atual gestão não vai mais contratar”, afirmou Maria do Carmo. “Venceu o contrato e não houve recontratação”, explicou, lamentando a perda para o município e para os estudantes que faziam capacitação em inglês, espanhol e libras para melhor atender aos turistas.Quanto aos ônibus, conforme a ex-superintendente, nunca houve antes paralisação tão longa, porque ele passava por “manutenção periódica”. Segundo ela, desde a implantação do ônibus em 2005 até o ano passado 180 mil pessoas passearam nele.

Perda de dinheiro – A ex-superintendente de Turismo da Capital adverte para a perda de recursos financeiros em razão da falta de articulação do setor de turismo sob a gestão do prefeito Alcides Bernal (PP). “A gente trabalhava praticamente com recursos federais. Nós tivemos em captação no ano passado cerca de R$ 2,5 milhões. Este ano ainda não tem nada”, afirmou ela. “Deixando de conseguir recursos porque não existe mais política para o setor. Recebo informações, mas não posso fazer nada”, contou.

Graças às articulações no Ministério do Turismo, segundo Maria do Carmo, Campo Grande conquistou recursos para obras como a reforma do Mercadão Municipal, do Teatro Otávio Guizo e do Museu Filosófico da Maçonaria.

A captação de eventos de turismo, como encontros e congressos, também está paralisada. “Não tem mais recursos para Convention Bureou para captação de eventos e para este ano não temos conhecimento de nenhum. No ano passado foram captados 14 eventos”, revelou Carmo. “Agora é só espontâneo”, emendou.

“A gente ia atrás para vender o município mesmo, fazer com que Campo Grande fosse reconhecida. Isso tudo acabou”, constatou a ex-superintendente, lembrando que também parcerias com a Fecomércio, o Senac e outras entidades também deixaram de existir. “É como se tivéssemos construindo uma casa e, feito o alicerce, quando ía começar a por tijolinhos, a obra foi abandonada”, comparou.

A chefe da Sedesc, Dharleng Campos de Oliveira, foi procurada para falar sobre o assunto, mas incumbiu à assessoria de comunicação da prefeitura de dar a resposta aos questionamentos da reportagem, mas não houve retorno.

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