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Política

Bernal nomeia a "conta gotas" e até hoje está com a equipe incompleta

Zemil Rocha | 06/04/2013 10:41
Bernal não nomeou ainda 2 secretarios e deixou 3 acumulando cargos (Foto: Vanderlei Aparecido)
Bernal não nomeou ainda 2 secretarios e deixou 3 acumulando cargos (Foto: Vanderlei Aparecido)

Prestes a completar 100 dias de governo, o prefeito de Campo Grande, Alcides Bernal (PP), ainda não conseguiu completar sua equipe de primeiro escalão. Duas secretarias estão sem titular, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Econômico, de Ciência e Tecnologia e do Agronegócio (Sedesc) e a Chefia de Gabinete, enquanto há três situações de acúmulo de cargos por secretários.

A maior cobrança é em relação à Sedesc. Na Câmara de Campo Grande, durante as sessões, praticamente toda semana pelo menos um vereador reclama da falta de um titular para a pasta, observando que Campo Grande tem perdido investimentos empresariais em virtude da desarticulação existente nessa área. Também está, até hoje, sem titular a Chefia de Gabinete.

A Secretaria de Governo e Relações Institucionais é comandada cumulativamente pelo secretário de Receita, Gustavo Freire. Há também muita polêmica envolvendo esse supersecretário de Bernal, que responde a processo devido à acusação de recebimento de propina para liberação de cargas importadas em Corumbá, quando era agente da Receita Federal.

Também acumulam cargos o secretário de Saúde, Ivandro Fonseca, que também é presidente da Agência de Prestação de Serviços à Saúde, e o secretário de Administração, Ricardo Trefzger Ballock, que preside o Instituto Municipal de Previdência de Campo Grande (IMPCG).

Existem 22 secretarias ou agências equiparadas na administração municipal de Campo Grande. Hoje a prefeitura tem cerca de 17 mil servidores públicos distribuídos por essas secretarias e o gabinete do prefeito.

Equipe a conta-gotas - O prefeito Alcides Bernal teve muita dificuldade de montar sua equipe de governo. Antes de tomar posse, ele só havia definido os nomes dos responsáveis de sete das 24 secretarias e agências: Semed (Secretaria Municipal de Educação), Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), Semre (Secretaria de Receita), Seplanfic (Secretaria de Planejamento, Finanças e Controle), Seintrha (Secretaria de Infraestrutura, Transporte e Habitação), Planurb (Instituto Municipal de Planejamento Urbano) e Funsat (Fundação Social do Trabalho).

No primeiro dia útil do ano, Bernal anunciou o nome do secretário de Administração. No final da mesma semana, revelou os nomes dos titulares da SAS (Secretaria de Políticas e Ações Sociais e Cidadania), IMTI (Instituto Municipal de Tecnologia da Informação), da Emha (Agência Municipal de Habitação) e da Ouvidoria Municipal, pasta que também não existia na gestão passada.

O desembargador aposentado Luiz Carlos Santini, 70 anos, foi anunciado no dia 7 de fevereiro pelo prefeito Alcides Bernal como o novo procurador-geral do Município. E foi nomeado com restrições, já que por ter sido membro e ex-presidente do Tribunal de Justiça está, por efeito de “quarentena” constitucional, impedido de atuar judicialmente em segundo grau no Estado.

Só no dia 25 de fevereiro, Bernal nomeou Katia Maria Moraes Castilho para a presidência da Agência Municipal de Transporte e Trânsito, cargo que estava sendo ocupado, cumulativamente, pelo secretário de Obras, Semy Ferraz. E Kátia só assumiu a Agetran para valer 16 dias depois, já que estava ainda resolvendo pendências em sua cidade, Juiz de Fora (MG).

Duas novas secretárias – Embora não tenha nem concluído a formação de sua equipe de governo, dentro da atual estrutura administrativa da Prefeitura de Campo Grande, Bernal anunciou, no dia 18 de março, que vai criar mais duas secretarias na estrutura da Prefeitura de Campo Grande. “Vou criar a Secretaria de Juventude e a Secretaria da Mulher”, afirmou o prefeito.

Com o anúncio, o prefeito contraria seu discurso de enxugamento da estrutura de governo, aumentando o número de cargos de comando.

Segundo Bernal, as duas novas secretarias terão estrutura reduzida e sua criação tem a finalidade de deixar a administração municipal mais “nivelada” com o modelo existente no governo federal. “E no caso da Secretaria da Mulher é que a mulher precisa dessa atenção maior”, acrescentou o prefeito.

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