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Capital

Casos de dengue crescem no inverno e Capital pode ter nova epidemia

Lidiane Kober e Zana Zaidam | 21/05/2014 15:39

Ao contrário de anos anteriores, os casos de dengue registraram crescimento na véspera do inverno de 2014 e deixaram em alerta autoridades do setor da saúde. O temor leva em consideração o indicador de epidemia para 2015, justamente por causa da elevação das notificações em Campo Grande.

Para medir os casos, a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde) usa o Liraa (Levantamento de Índice Rápido de Infestação por Aedes aegypti), que foi detalhado, nesta quarta-feira (21), na Upa (Unidade de Pronto-Atendimento) do Bairro Coronel Antonino.

O levantamento, segundo a diretora de Vigilância em Saúde da Sesau, Márcia Dal Fabro, apontou 509 casos em abril e 97, nos 19 primeiros dias de maio. “Em janeiro, mês ápice das notificações, foram registrados 690 casos, portanto, em plena véspera do inverno, os números praticamente se igualam a janeiro”, comentou, com ar de preocupação.

Sem detalhar os números do mesmo período de 2013, Márcia garantiu que as notificações deste ano são “atípicas”. “Em época costumeiramente de pouca chuva, essa quantia de casos não é um sinal bom, é um indicativo de epidemia para o final do ano ou início de 2015”, alertou.

Do setor de controle de vetores da Sesau, Alcides Ferreira acredita que este pico é resultado de precipitações, registradas em época atípica. “De abril em diante, é quando acaba o período da chuva, mas neste ano, no final de abril e começo de maio, teve chuva atípica, que contribuiu para aumentar número de focos e consequentemente a quantia de casos”, analisou.

Mais cuidados – Para Márcia, o entrave para segurar o crescimento da dengue “é a falta de consciência das pessoas”. “Dos total de focos, 77% foram encontrados no quintal ou nos pratinhos de plantas das residências”, justificou. “Em uma cidade, do tamanho de Campo Grande, ninguém consegue entrar de casa em casa para limpar”, emendou sobre o trabalho dos agentes.

Ainda de acordo com o Liraa, o bairro com maior índice de infestação é o Jardim Noroeste, com quase seis focos (5,6%) encontrados em cada 100 casas visitadas. Localizado na mesma região, o Jardim Veraneio aparece com o mesmo percentual.

Já os bairros Vida Nova e Nova lima apresentaram índice de infestação de 5,4% e o Jardim Itamaracá é de 4,5%. “A partir deste mapeamento, os agentes elencam os bairros com estratégicos e intensificam trabalho, tirando plástico, pneus, vasilhas e calhas de água, além disso, vamos direcionar os caminhões borrifadores para as regiões”, frisou Márcia.

Em 2013, Campo Grande registrou 46.654 casos de dengue e 12 mortes contra 2.572 notificações e nenhum óbito até 19 de maio. “O acumulado deste ano nos deixa relativamente tranquilos em relação a 2013, mas não podemos esquecer que é uma doença culturalmente sazonal, com picos um ano sim e outro não, justamente porque as pessoas acabam relaxando no período pós poucos casos”, disse Márcia.

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