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Capital

Com 6,7 mil pessoas na fila, cirurgia eletiva retorna em setembro, afirma Sesau

Segundo a Prefeitura, número varia, mas são pelo menos 6,7 mil pessoas esperando por cirurgias na Capital

Paula Maciulevicius Brasil | 28/07/2021 16:08
Com diminuição dos casos de covid-19 na Capital, leitos poderão voltar a serem disponibilizados para pacientes que aguardam cirurgia eletiva. (Foto: Divulgação/Prefeitura)
Com diminuição dos casos de covid-19 na Capital, leitos poderão voltar a serem disponibilizados para pacientes que aguardam cirurgia eletiva. (Foto: Divulgação/Prefeitura)

Suspensas desde o início da pandemia, as cirurgias eletivas já têm data para voltar na Capital. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), em setembro, os procedimentos devem retornar à rotina dos hospitais.

"Estamos discutindo isso. Temos contratos com hospitais, aditivamos cirurgias eletivas, mas existe um prazo, provavelmente, até setembro, para que a gente possa tentar diminuir ainda mais os índices de covid para que possa sobrar mais leitos para as cirurgias eletivas", esclareceu o secretário de Saúde José Mauro Filho.

Conforme o secretário, 70% das cirurgias foram restritas no período de pandemia, justamente, para destinar todos os leitos de UTI para atendimento aos pacientes de covid. Até semana passada, eram 6,7 mil pessoas na fila para realizar cirurgia eletiva pelo SUS na Capital.

Secretário de Saúde, José Mauro explica que programa será lançado para realização de cirurgias eletivas. (Foto: Marcos Maluf)
Secretário de Saúde, José Mauro explica que programa será lançado para realização de cirurgias eletivas. (Foto: Marcos Maluf)

O número, segundo a prefeitura, flutua muito porque todos os dias entram novos nomes na regulação, fora os que conseguem - durante a espera - fazer a cirurgia particular ou realizar o procedimento em outros municípios.

José Mauro explica que entre as 6,7 mil pessoas que estão na espera, a maioria são para cirurgia geral, de hérnia, vesícula e parte ortopédica. "Muitos pacientes foram afetados, idosos que precisam de prótese, internação e que vão para o CTI, são os mais afetados", descreve.

No último dia 16 de julho, o Campo Grande News mostrou parte desta legião de pacientes que está à espera. Empregada doméstica, Rita de Cássia Floriano de Araújo, de 52 anos, foi para a fila da cirurgia em maio e, até agora, a última resposta recebida foi de que se tiver sorte, opera no ano que vem.

Rita de Cássia é uma das 6,7 mil pessoas que estão na fila aguardando cirurgia pelo SUS na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)
Rita de Cássia é uma das 6,7 mil pessoas que estão na fila aguardando cirurgia pelo SUS na Capital. (Foto: Henrique Kawaminami)

O caso dela é ortopédico e ela corre o risco de perder o movimento da mão depois de quebrar um osso do punho direito.

Hospitais - De cirurgia pediátrica, a Sesau explica que no final do ano foram feitos alguns procedimentos, que devem retornar com novos contratos feitos com o Hospital do Câncer e Pênfigo.

"Vamos ampliar a rede. Campo Grande não tem hospital próprio, então, a gente contratualiza serviços. O que estamos fazendo é contratualizar mais cirurgias e exames para que possa acelerar as filas de cirurgias eletivas já a partir de setembro", explica José Mauro.

A Prefeitura de Campo Grande, aos moldes do Governo do Estado, vai lançar um programa como o "Caravana da Saúde" para que, segundo o titular da Sesau, "fique mais claro para a população".

Sobre a Caravana da Saúde, que vai incorporar cirurgias gerais, ortopédicas e ginecológicas, a Sesau garantiu que vai aderir ao programa. "Quando o governo está dizendo isso, ele na verdade está falando que haverá um financiamento para isso. É o mesmo financiamento que a gente usa para credenciamento de hospital por meio de recursos estaduais, municipais e federais, porque é tripartite essa conta", diz José Mauro.

A fila para cirurgias eletivas não é novidade, apenas se agravou com a chegada da pandemia. "A gente já tinha um histórico de fila grande para a cirurgia, e com a covid piorou muito. Precisamos atualizar estes dados e contratualizar com os hospitais de acordo com a capacidade", fala.

A Sesau já contratou 100 cirurgias de hérnia e vesícula por mês com o Hospital São Julião e afirma que está em iminência de fazer o mesmo com outros hospitais.

Na Santa Casa, cirurgias eletivas vem voltando aos poucos, para especialidades específicas. (Foto: Divulgação/Santa Casa)
Na Santa Casa, cirurgias eletivas vem voltando aos poucos, para especialidades específicas. (Foto: Divulgação/Santa Casa)

"Na Santa Casa, por exemplo, nós fizemos dois termos aditivos, e um repasse de 22,8 milhões. Com a contrapartida de cirurgia eletiva. Fizemos depois outro repasse de R$ 11 milhões com a mesma contrapartida", conta.

Segundo o titular da Sesau, os hospitais já estão sendo notificados para que, a partir do momento que houver a liberação das cirurgias eletivas, comece a dar andamento nos agendamentos de pacientes.

"Porque precisa avaliar, pedir exames pré-operatórios e, a partir de setembro, a gente começa a fazer essas cirurgias", detalha José Mauro.

Entre os hospitais, o secretário elenca: Hospital do Câncer, Pênfigo, Hospital Universitário e Santa Casa. "Precisamos também acertar, porque existiu durante a pandemia uma modalidade que não tinha antes, da contratualização de serviços em hospitais privados de Campo Grande", pontua José Mauro. Com a covid, a Prefeitura chegou a alugar leitos de UTI, no Hospital El Kadri e Hospital do Coração.

A Santa Casa informou que já vem retomando as cirurgias eletivas de especialidades consideradas "essenciais" desde o final de 2020. Entre os procedimentos, estão operações nas áreas de oftalmologia, oncologia, urologia/nefrologia, cirurgia cardiovasculares e outras que tragam risco de vida ao paciente.

Em nota, o hospital afirmou que o retorno das eletivas no hospital dependerá de novas recomendações das autoridades públicas, pois a prioridade continua sendo leitos para tratamentos de covid. O Hospital Universitário vem se organizando para a retomada a partir do mês de agosto.

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