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Capital

Com acidentes lotando UTIs, Saúde quer toque de recolher a partir de 20h

Em todo o Estado militares do Corpo de Bombeiros atenderam 927 acidentes de trânsito no mês de junho

Izabela Sanchez | 07/07/2020 11:57
Socorristas do Samu e do Corpo de Bombeiros atendendo vítima em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)
Socorristas do Samu e do Corpo de Bombeiros atendendo vítima em Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul indicam que apenas no mês de junho ocorreram 927 acidentes de trânsito no Estado. Os números comprovam que o descuido com o isolamento social tem consequências que prejudicam o combate à doença.

O cenário foi alvo de críticas do secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, durante a live que atualizou os números da covid nesta terça-feira (7).  Os acidentes graves e a pandemia do novo coronavírus são responsáveis pela maior parte da ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).

Nesta terça, a lotação nas UTIs chega a 77%, conforme o secretário. Para ele, é imperativo que o toque de recolher fique mais rígido e cita que em Campo Grande deve ocorrer a partir das 20h e não às 23h, regra atual.

Geraldo citou que em março, com medidas restritivas, a diminuição de pacientes politraumatizados nos hospitais chegou a 80%. Agora, disse ele, o cenário já voltou ao “normal”.

Sem ficar dentro de casa, a rua significa exposição, doenças, acidentes e logo, pressão em um sistema de saúde já pressionado. As autoridades têm se posicionado a respeito. O Ministério Público Estadual não desconsidera pedir medidas mais rígidas de quarentena na Justiça, em caso de desacordo com a Prefeitura.

Conforme levantamento do governo do Estado, na sexta-feira (3) Mato Grosso do Sul registrou o menor índice de isolamento social para o mês com índice de 35,9%. No sábado (4) a adesão foi de 39,5% e no domingo (5) subiu para 46,8%. “As médias continuam muito aquém do recomendado para conter a disseminação do vírus de 60% a 70%”, cita a nota.

Em maio, segundo o Corpo de Bombeiros, foram 862 acidentes com veículos. Em meio à esses acidentes, 33 pessoas morreram no trânsito. Só em Campo Grande, segundo levantamento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), foram 7 mortes no trânsito. A Agetran aponta 26 vítimas de janeiro a junho e desse total, 18 eram motociclistas.

Os hospitais - públicos e privados - estão abarrotados, especialmente o Hospital Regional Rosa Pedrossian, que já tem mais de 83% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com aparato para quadros críticos voltados aos pacientes da covid-19.

Santa Casa, por outro lado, referência em politraumatismo, tem recebido a maior parte dos casos que não podem, agora, serem direcionados ao HR, que foi escolhido como referência para tratar pacientes da covid.

A direção do HR já fala em “desospitalizar” a atuação, ou seja, atuar especificamente com casos de covid e não receber mais nenhum paciente com outra comorbidade.

Rumo ao colapso - O número de mortes por covid-19 dobrou em 11 dias em Mato Grosso do Sul. Passou de 65 em 26 de junho para 128 nesta terça-feira (7). O Estado tem 434 novos contaminados desde a segunda-feira (6). Já soma 10.687 casos de covid-19 desde o início da pandemia, 7.081 já recuperados.

A taxa de ocupação de UTIs é a maior registrada desde o início da pandemia. Há 7 dias o índice era de 39%, mas agora 47% das vagas já estão ocupadas.

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