Com acidentes lotando UTIs, Saúde quer toque de recolher a partir de 20h
Em todo o Estado militares do Corpo de Bombeiros atenderam 927 acidentes de trânsito no mês de junho
Dados do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul indicam que apenas no mês de junho ocorreram 927 acidentes de trânsito no Estado. Os números comprovam que o descuido com o isolamento social tem consequências que prejudicam o combate à doença.
O cenário foi alvo de críticas do secretário estadual de saúde, Geraldo Resende, durante a live que atualizou os números da covid nesta terça-feira (7). Os acidentes graves e a pandemia do novo coronavírus são responsáveis pela maior parte da ocupação de leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva).
Nesta terça, a lotação nas UTIs chega a 77%, conforme o secretário. Para ele, é imperativo que o toque de recolher fique mais rígido e cita que em Campo Grande deve ocorrer a partir das 20h e não às 23h, regra atual.
Geraldo citou que em março, com medidas restritivas, a diminuição de pacientes politraumatizados nos hospitais chegou a 80%. Agora, disse ele, o cenário já voltou ao “normal”.
Sem ficar dentro de casa, a rua significa exposição, doenças, acidentes e logo, pressão em um sistema de saúde já pressionado. As autoridades têm se posicionado a respeito. O Ministério Público Estadual não desconsidera pedir medidas mais rígidas de quarentena na Justiça, em caso de desacordo com a Prefeitura.
Conforme levantamento do governo do Estado, na sexta-feira (3) Mato Grosso do Sul registrou o menor índice de isolamento social para o mês com índice de 35,9%. No sábado (4) a adesão foi de 39,5% e no domingo (5) subiu para 46,8%. “As médias continuam muito aquém do recomendado para conter a disseminação do vírus de 60% a 70%”, cita a nota.
Em maio, segundo o Corpo de Bombeiros, foram 862 acidentes com veículos. Em meio à esses acidentes, 33 pessoas morreram no trânsito. Só em Campo Grande, segundo levantamento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito), foram 7 mortes no trânsito. A Agetran aponta 26 vítimas de janeiro a junho e desse total, 18 eram motociclistas.
Os hospitais - públicos e privados - estão abarrotados, especialmente o Hospital Regional Rosa Pedrossian, que já tem mais de 83% dos leitos de UTI (Unidade de Terapia Intensiva) com aparato para quadros críticos voltados aos pacientes da covid-19.
Santa Casa, por outro lado, referência em politraumatismo, tem recebido a maior parte dos casos que não podem, agora, serem direcionados ao HR, que foi escolhido como referência para tratar pacientes da covid.
A direção do HR já fala em “desospitalizar” a atuação, ou seja, atuar especificamente com casos de covid e não receber mais nenhum paciente com outra comorbidade.
Rumo ao colapso - O número de mortes por covid-19 dobrou em 11 dias em Mato Grosso do Sul. Passou de 65 em 26 de junho para 128 nesta terça-feira (7). O Estado tem 434 novos contaminados desde a segunda-feira (6). Já soma 10.687 casos de covid-19 desde o início da pandemia, 7.081 já recuperados.
A taxa de ocupação de UTIs é a maior registrada desde o início da pandemia. Há 7 dias o índice era de 39%, mas agora 47% das vagas já estão ocupadas.