Com parte da frota "encostada", Samu tem só 2 viaturas disponíveis
Veículos estão velhos e sucateados. Das 14 existentes na Capital, 9 não tem conserto e serão descartadas
Campo Grande deveria ter 14 viaturas do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) rodando. Mas hoje, só 2 estão disponíveis. As outras 12 viaturas estão paradas e, dessas, 9 não têm mais como ser recuperadas, segundo a coordenação de urgência e emergência da Sesau (Secretaria Municipal de Saúde).
Coordenador de urgência e emergência da Sesau, Yama Higa explicou que 9 viaturas já não tem mais conserto. Conforme afirma, a frota é antiga e o problema é a falta de investimento do Ministério da Saúde.
O jeito, para quem trabalha no serviço, é priorizar os casos mais graves e deixar os outros esperando. " Ficam vários ocorrências esperando muito tempo, e a gente não tem como despachar porque não tem frota, solicita um serviço que não tem”, afirma um enfermeiro que pediu para não ser identificado.
Ele afirma que o Corpo de Bombeiros, muitas vezes, representa a ajuda. “O que está ajudando bastante é o Corpo de Bombeiros com cinco ambulâncias, mas não sei até quando vamos conseguir”, explicou. “Vem uma sucessão de baixas, agora chegou no limite. Elas vão quebrando e ninguém vai consertando”, afirma.
“Diversos estados passam por essa dificuldade. As ambulâncias mais novas são época da Olimpíada, e o fato é que não tem mais manutenção para elas. Tem atrasado principalmente aquilo que é menos urgente, aqueles que estão assistidos em UPAS [Unidades de Pronto Atendimento] e CRSs [Centros Regionais de Saúde], nossa prioridade tem sido um acidentado”, explicou.
No bairro Pioneiros, em Campo Grande, cerca de 10 viaturas estão encostadas na base do Samu. A coordenadora do serviço em Campo Grande, Maithe Vendas Galhardo, informou que a Prefeitura não pode adquirir novas ambulâncias, porque a competência é do Ministério da Saúde. O Ministério pode fornecer por meio de doações, e as aquisições também podem ser realizadas por meio de emenda parlamentares.
Como está - Hoje, além das duas viaturas, o Samu tem duas motocicletas e um veículo de intervenção rápida. Em junho, foram 2800 atendimentos com a viatura básica e 700 com a avançada.
“O Ministério não repôs as ambulâncias que a gente já pediu desfazimento. Isso foi encaminhado para o Ministério há 2 anos, e agora aconteceu com mais 4. Até junho conseguimos contornar, mantendo a nossa média de atendimento, agora isso impacta quando você tem uma menor frota porque ficam sobrecarregados, você tem uma média de rodagem, de quase 60 mil km por mês, e quanto menos ambulância, mais você vai sobrecarregando , mais você vai tendo manutenção”, comentou.
A Sesau afirmou, por meio da assessoria de imprensa, que solicitou a reposição de 9 viaturas junto ao Ministério da Saúde. A Secretaria enfatizou que o Ministério da Saúde é o único e exclusivo órgão para compra de viaturas. A Sesau afirma que informou ao órgão federal a necessidade existente e aguarda a liberação de novas viaturas em substituição às que estão no termo de "desfazimento".