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Capital

Com professores parados, escolas de Campo Grande abrem sem alunos

Estudantes e pais foram avisados e não houve transtorno, pelo menos nas primeiras horas da manhã em algumas das escolas da Capital

Anahi Zurutuza e Clayton Neves | 02/10/2019 07:20
Funcionários chegando para trabalhar na Escola Estadual Joaquim Murtinho (Foto: Henrique Kawaminami)
Funcionários chegando para trabalhar na Escola Estadual Joaquim Murtinho (Foto: Henrique Kawaminami)

Escolas da rede pública em Campo Grande abriram as portas normalmente na manhã desta quarta-feira (2), apesar da greve dos professores. Além dos funcionários administrativos e da limpeza, que não paralisaram as atividades, os portões foram abertos para receber os alunos desavisados, mas pouca gente apareceu.

O Campo Grande News esteve antes das 7h, na Escola Estadual Lúcia Martins Coelho, que fica na Rua Bahia, na região central da cidade, e só encontrou equipe de 4 funcionários da limpeza. Os servidores disseram não ter aparecido ainda nenhum pai ou estudante pego de surpresa com a greve, porque o aviso de que não haveria aulas foi dado com antecedência.

A auxiliar de serviços gerais Maria do Carmo, de 62 anos, diz que apoia o movimento dos professores. “Tem de fazer mesmo para melhorar. É um serviço desgastante e professores ganham mal”, defendeu.

Nas escolas estaduais Joaquim Murtinho, Coração de Maria e Vespasiano Martins também não houve transtorno e portões estavam abertos. 

Em Dourados, segunda maior cidade do Estado, as escolas públicas estaduais também amanheceram sem aulas. O mesmo ocorre com os campis da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul)

Portão principal estava aberto na Escolas Estadual Lúcia Martins Coelho, mas só funcionários da limpeza "movimentavam" local (Foto: Henrique Kawaminami)
Portão principal estava aberto na Escolas Estadual Lúcia Martins Coelho, mas só funcionários da limpeza "movimentavam" local (Foto: Henrique Kawaminami)
Na Escola Estadual Coração de Maria também só havia servidores no início da manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Na Escola Estadual Coração de Maria também só havia servidores no início da manhã (Foto: Henrique Kawaminami)
Reportagem encontrou a escola Vespasiano Martins fechada, mas aparentemente não houve transtornos (Foto: Henrique Kawaminami)
Reportagem encontrou a escola Vespasiano Martins fechada, mas aparentemente não houve transtornos (Foto: Henrique Kawaminami)

A paralisação - Professores de todo o Brasil, de diversos níveis, prometem estar nas ruas na quarta-feira (2) e quinta-feira (3) em protesto sobre o panorama da Educação no País. Em Mato Grosso do Sul, uma das entidades que mobilizam o ato é a Fetems (Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul). Para o governador Reinaldo Azambuja (PSDB), o ato é político e prejudica os alunos.

“É até estranho. Mato Grosso do Sul, se você olhar, nós já pagamos um salário acima do piso nacional, então é de longe o maior salário de professor do Brasil”, comentou o governador em agenda pública nesta terça-feira (2).

O chefe do Executivo estadual não informou se vai descontar o dia não trabalhador da categoria, mas disse que tomará providências. “O grande prejudicado não é o governo, é o aluno, o cidadão, o pai, a família, que muitas vezes vê as aulas paralisadas por algo estritamente político, não tem nada que levaria a uma paralisação como essa. Agora, ao Estado cabe tomar as medidas que tem que ser tomadas, para restabelecer o rito normal nas escolas estaduais”, complementou.

A Fetems alega que o movimento é legítimo e que no Estado, a categoria pretende contestar alterações na carreira do magistério, especialmente em relação aos professores convocados e concursos públicos.

A federação alega que a educação estadual continua a fazer convocações para “vagas puras” (que seriam destinadas a efetivos), cobrando a realização de concurso.

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