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Capital

Comerciantes precisam registrar BO para coibir crimes, diz comandante da PM

Grupo relata alto índice de roubos na região, mas, sem esperança, deixaram de fazer boletim de ocorrência

Guilherme Correia e Geniffer Valeriano | 14/09/2023 17:59
Comerciantes e autoridades se reuniram nesta tarde para tratar sobre a segurança no Centro (Foto: Gennifer Valeriano)
Comerciantes e autoridades se reuniram nesta tarde para tratar sobre a segurança no Centro (Foto: Gennifer Valeriano)

Comerciantes da Rua Rui Barbosa, no Centro, se reuniram nesta quinta-feira (14) com representantes das forças de segurança pública de Campo Grande e apontaram as dificuldades que têm sofrido na região, com alto número de furtos, roubos e outros crimes.

Comandante da PM (Polícia Militar), Renato dos Anjos Garnes explica que o principal problema é a falta de registro de boletins de ocorrência, essenciais para mapear com detalhes a situação e poder aumentar o número de viaturas. “Comerciantes não estão mais registrando ocorrência”.

“Atualmente, se comparar o número de ocorrências, furtos e roubos que têm na Rui Barbosa, com a 14 de Julho ou 13 de Maio, as outras ruas parecem piores. Para poder colocar mais viaturas na Rui Barbosa, são necessários mais boletins.”

Além disso, ele ressalta que concurso para novos policiais deverá aumentar o contingente para 2024 e que dados indicam Campo Grande como município sul-mato-grossense com maior segurança do Estado, baseado em 12 indicadores.

Há quatro meses consecutivos, diz, há redução nos índices. Comparando os primeiros oito meses dos anos, o crime de roubo teve redução de 11,9%, comparado a 2022, e o de furto caiu 10,5%.

Atualmente, há 38 viaturas no Centro, que está dividido em quatro setores para otimizar a prevenção. “O que a gente não pode é desistir, porque quando a gente desiste, estamos abrindo as portas para que tudo piore”.

Se por um lado a falta de boletins de ocorrência atrapalha o trabalho policial, comerciantes têm perdido as esperanças na repressão aos crimes cometidos na região central da cidade. Há quem tenha tido quatro furtos em um mês, ou prejuízo de R$ 6 mil em materiais elétricos, em 15 dias, como disse um proprietário de loja que preferiu não ser identificado.

“A gente não precisa de índice, a gente precisa de segurança”, reclamou ele, que está há mais de 20 anos na área. Ele também acrescenta que uma funcionária já foi levada para os fundos por um suspeito e que só não houve crimes porque ele interveio, depois acionando a PM.

Comerciantes de bairros das adjacências, como Cabreúva, Coronel Antonino e Amambai, estiveram na reunião e relataram experiência positiva com grupo de WhatsApp criado entre os trabalhadores, para relatar situações de perigo entre eles e poder acionar a polícia com mais rapidez.

Entretanto, Garnes ressalta que a medida, apesar de positiva, é paliativa e deve-se sempre acionar o 190.

Comerciante na Rui Barbosa há mais de 18 anos, Cleide de Oliveira Marques opina que a segurança na região está “um caos, uma coisa absurda”. “Em frente a minha loja, já roubou todo mundo”.

Ela relata que os comerciantes estão cansados de registrar boletim e haver pouca eficácia. Ainda assim, ela reconhece que a medida é necessária para tentar amenizar o problema.

O comerciante Daniel Fernandes, de 47 anos, relata que câmeras de segurança foram colocadas em loja de vestidos e, do dia para o outro, as roubaram. “O que era para estar ali filmando o rosto, para tentar encontrar o suspeito, foi elevado”.

Entretanto, ele avalia que a reunião trouxe luz aos problemas enfrentados pelo setor. “O intuito da reunião era chamar atenção das autoridades para os problemas que havia na região. Acredito que a partir disso possam melhorar e tendo mais resultados para evitar que novos furtos e roubos aconteçam”.

A reunião durou cerca de 1h40 e teve 30 pessoas, entre comerciantes e autoridades, com o vereador Clodoilson Pires (Podemos), representantes da Fecomércio, Sindivarejo e GCM (Guarda Civil Metropolitana).

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