Consórcio Guaicurus alega "esgotamento de recursos" e não paga funcionários
Ofício foi encaminhado à prefeitura sob alegação de que é preciso revisar contrato firmado com poder público
Ofício encaminhado pelo Consórcio Guaicurus reitera que a situação financeira do grupo é “bastante grave”, podendo chegar ao ponto de, a partir de hoje (20), não quitar compromissos “inadiáveis”, como pagamento de funcionários e fornecedores. O repasse do vale referente a 40% do salários dos trabalhadores já não foi realizado hoje, segundo advogado do grupo.
O Consórcio cobra da prefeitura a revisão do contrato alegando aumento dos custos, como diesel e manutenção dos veículos, e consequente redução da margem de lucro.
O ofício datado de 15 de junho foi encaminhado à Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), Câmara Municipal de Vereadores, Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e ministérios públicos do Estado e do Trabalho.
Conforme documento assinado pelo diretor-presidente, Nelson Guenshi Asato, o assunto vem sido tratado de forma recorrente com autoridades locais, que “sabem da obrigação de revisar os aspectos financeiros do contrato de concessão”, apesar do prazo vencido.
O advogado do consórcio, André Borges, explica que há três anos foi firmado o TAC (Termo de Ajustamento de Gestão) entre prefeitura e o Consórcio, incluindo a cláusula de revisar o contrato de concessão no aspecto econômico e financeiro.
Borges diz que o grupo chegou ao limite da capacidade financeira e, toda vez que chega a situação extrema, ofício é encaminhado comunicando o fato. Desta vez, a falta de recursos para pagar os funcionários e fornecedores.
Hoje, por exemplo, o vale que corresponde a 40% do salário não foi depositado aos funcionários, segundo o advogado, explicando que o fato foi repassado ao sindicato da categoria. Com o ofício, o consórcio encaminhou à prefeitura a planilha contendo os valores que comprovam esse desequilíbrio, mas a reportagem não teve acesso a esses dados.
A reportagem conversou com presidente do sindicato dos trabalhadores, Demétrio Freitas. Mais cedo, antes da confirmação de que o vale poderia não ser pago hoje, disse que iria aguardar o fechamento bancário para depois avaliar o que poderia ser feito. Depois desta confirmação, ele não atendeu às ligações.
O diretor-presidente da Agereg, Odilon de Oliveira Junior, disse que encaminhou as planilhas para que a área técnica da agência avalie os números. Segundo ele, a mais nova preocupação é o aumento do valor do diesel de 14,26%, que entrou em vigor no sábado (18). “O que a gente não quer é elevar a tarifa, é preciso reunir para chegar a uma solução”. Ainda não foi definida data para esta discussão.
Odilon lembrou que, em janeiro deste ano, a prefeitura passou a assumir o custo da gratuidade dada aos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), o que representa valor mensal de R$ 150 mil.