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Capital

Consórcio Guaicurus alega "esgotamento de recursos" e não paga funcionários

Ofício foi encaminhado à prefeitura sob alegação de que é preciso revisar contrato firmado com poder público

Silvia Frias | 20/06/2022 17:25
Aumento dos custos com diesel está entre os problemas apontados por consórcio (Foto/Arquivo: Paulo Francis)
Aumento dos custos com diesel está entre os problemas apontados por consórcio (Foto/Arquivo: Paulo Francis)

Ofício encaminhado pelo Consórcio Guaicurus reitera que a situação financeira do grupo é “bastante grave”, podendo chegar ao ponto de, a partir de hoje (20), não quitar compromissos “inadiáveis”, como pagamento de funcionários e fornecedores. O repasse do vale referente a 40% do salários dos trabalhadores já não foi realizado hoje, segundo advogado do grupo.

O Consórcio cobra da prefeitura a revisão do contrato alegando aumento dos custos, como diesel e manutenção dos veículos, e consequente redução da margem de lucro.

O ofício datado de 15 de junho foi encaminhado à Agetran (Agência Municipal de Trânsito), Agereg (Agência Municipal de Regulação dos Serviços Públicos), Câmara Municipal de Vereadores, Sindicato dos Trabalhadores do Transporte Coletivo e ministérios públicos do Estado e do Trabalho.

Ofício encaminhado pelo consórcio à prefeitura da Capital e ministérios públicos Estadual e do Trabalho (Foto/Reprodução)
Ofício encaminhado pelo consórcio à prefeitura da Capital e ministérios públicos Estadual e do Trabalho (Foto/Reprodução)

Conforme documento assinado pelo diretor-presidente, Nelson Guenshi Asato, o assunto vem sido tratado de forma recorrente com autoridades locais, que “sabem da obrigação de revisar os aspectos financeiros do contrato de concessão”, apesar do prazo vencido.

O advogado do consórcio, André Borges, explica que há três anos foi firmado o TAC (Termo de Ajustamento de Gestão) entre prefeitura e o Consórcio, incluindo a cláusula de revisar o contrato de concessão no aspecto econômico e financeiro.

Borges diz que o grupo chegou ao limite da capacidade financeira e, toda vez que chega a situação extrema, ofício é encaminhado comunicando o fato. Desta vez, a falta de recursos para pagar os funcionários e fornecedores.

Hoje, por exemplo, o vale que corresponde a 40% do salário não foi depositado aos funcionários, segundo o advogado, explicando que o fato foi repassado ao sindicato da categoria. Com o ofício, o consórcio encaminhou à prefeitura a planilha contendo os valores que comprovam esse desequilíbrio, mas a reportagem não teve acesso a esses dados.

A reportagem conversou com presidente do sindicato dos trabalhadores, Demétrio Freitas. Mais cedo, antes da confirmação de que o vale poderia não ser pago hoje, disse que iria aguardar o fechamento bancário para depois avaliar o que poderia ser feito. Depois desta confirmação, ele não atendeu às ligações.

O diretor-presidente da Agereg, Odilon de Oliveira Junior, disse que encaminhou as planilhas para que a área técnica da agência avalie os números. Segundo ele, a mais nova preocupação é o aumento do valor do diesel de 14,26%, que entrou em vigor no sábado (18). “O que a gente não quer é elevar a tarifa, é preciso reunir para chegar a uma solução”.  Ainda não foi definida data para esta discussão.

Odilon lembrou que, em janeiro deste ano, a prefeitura passou a assumir o custo da gratuidade dada aos alunos da Reme (Rede Municipal de Ensino), o que representa valor mensal de R$ 150 mil.

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