Contra o aborto, manifestantes percorrem Afonso Pena em marcha até a Vila Morena
Ato ocorre em várias cidades do Brasil contra ação em pauta no STF para descriminalizar o aborto até 3º mês
Mais de 300 manifestantes se reuniram, nesta tarde, na Praça do Rádio em Campo Grande e seguem em caminhada até a Vila Morena, nos altos da Avenida Afonso Pena, onde ocorre o evento da Semana da Criança promovido pelos Conselhos de Pastores de Campo Grande e de Mato Grosso do Sul. A “Marcha da Família contra o Aborto” ocorre em dezenas de cidades do Brasil, nesta quinta-feira (12).
A mobilização é uma resposta à ADPF 442 (Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental) em pauta no STF (Supremo Tribunal Federal). A ação movida pelo Psol (Partido Socialismo e Liberdade) pede a descriminalização do aborto até a 12ª semana, os três meses, de gravidez.
Os manifestantes esperam reunir 2 mil pessoas na Capital, de acordo com a organização. A mobilização é coordenada pelo grupo intitulado “Marcha da Família/Foro Conservador”, o mesmo que em 2021 retomou os protestos de rua após a pandemia de covid-19, organizando atos em todo o país pela reabertura do comércio e das igrejas, contra a liberação das drogas e em defesa da contagem pública dos votos.
Uma das organizadoras da Marcha da Família pela Vida, Cassy Monteiro, de 24 anos, conta que é uma iniciativa popular, que reúne famílias e igrejas evangélicas, católicas, espíritas unidas em uma só pauta.
“Vamos fazer momentos de oração, de louvor. Acreditamos que neste momento precisamos estar unidos em fé e teremos algumas autoridades presentes para que possam estar passando nos espaços de governo aquilo que o povo realmente quer, que a população é pela vida, que nós não queremos o aborto”, comentou Cassy.
Jornalista e pastor Batista Carlos Trapp, de 68 anos, participa com a família. Ao lado da esposa e da sogra, ele se mostra indignado com o voto favorável da presidente do STF, ministra Rosa Weber, para a descriminalização da interrupção voluntária da gravidez até a 12ª semana.
“A Rosa Weber está no Supremo Tribunal defendendo o aborto e isso é uma coisa que nos preocupa, pessoas que deveriam estar defendendo a vida fazer o contrário. Isso é uma coisa preocupante e a população tem que ir às ruas se manifestar nesse sentido contrário a essa prática”, disse o pastor.
Os manifestantes argumentam que nos casos de gestação indesejada há a opção da adoção. A médica Tulia Figueiredo, de 42 anos, destaca que o aborto não deve ser visto com um método contraceptivo.
“Existem várias maneiras de se evitar uma gravidez e no caso de que a gravidez já aconteceu é possível outra maneira, como a adoção e não matar uma criança no ventre. Isso está em nossa Constituição, que a vida é um direito desde a sua concepção”, diz a médica.
O deputado federal Luiz Ovando (PP) participa da manifestação e lembra que já está em tramite no Congresso Nacional um projeto de lei sobre o mesmo tema, o Estatuto do Nascituro. Ele defende que a ação do STF vai contra o código penal.
"Estão estabelecendo um prazo para matar a criança indefesa no útero materno até os três meses de idade e isso não vai passar. O Estatuto do Nascituro, que será votado e aprovado, vai anular essa decisão, pois haverá constitucionalidade", disse o deputado.
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