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Capital

Corrida por imunização esgota estoque de vacina contra sarampo em clínicas

Campo Grande tem cobertura de imunização acima do recomendado pelo Ministério da Saúde

Izabela Sanchez e Maressa Mendonça | 22/08/2019 12:28
Famílias em busca de vacinação na UBS Coronel Antonino nesta quinta-feira (22) (Foto: Henrique Kawaminami)
Famílias em busca de vacinação na UBS Coronel Antonino nesta quinta-feira (22) (Foto: Henrique Kawaminami)

O surto de sarampo que ocorre em alguns estados brasileiros provocou uma corrida, em Campo Grande, em busca de vacinação. Há três tipos de vacinas que imunizam contra doença, e já estão praticamente esgotadas na rede particular, em razão do aumento de até 80% na busca em clínicas da cidade.

Nos postos, a oferta continua. Segundo a Sesau (Secretaria Municipal de Saúde), até julho, a tríplice viral - um dos tipos de vacina -, foi aplicada em 8.309 crianças de 1 ano. Essa vacina é aplicada aos doze meses de idade, a chamada primeira dose, e um reforço é aplicado aos quinze meses, a segunda dose. O paciente está imunizado por toda a vida quando recebe duas doses.

A Sesau afirma que em Campo Grande a cobertura vacinal chega acima do recomendado pelo Ministério da Saúde.

Corrida por imunização – Na manhã desta quinta-feira (22), a aposentada Inês Paes, 60, levou o neto Miguel, de 11 meses, para ser vacinado na UBS (Unidade Básica de Saúde) Coronel Antonino. Miguel ainda não completou os doze meses de idade, mas pode ser imunizado. Isso porque o aumento no número de casos da doença fez com que o Ministério da Saúde abrisse uma exceção: é a dose zero, que pode ser aplicada em bebês de 6 meses a menores de 1 ano.

“A gente viu que estava tendo um surto e ontem falou [divulgação] que poderia trazer bebê com onze meses, então viemos para reforçar a vacina”, contou ela. A mãe de Miguel viaja a cada 15 dias para São Paulo, capital do estado com 98,9% dos casos, por isso a prevenção da avó.

Na clínica Vaccini, a enfermeira Rosângela Laier contou que o aumento na procura ocorreu principalmente no último mês e classificou como “bem significativo em relação ao normal”. “Foram pessoas fora da faixa etária, com dúvidas de imunização, entre 20 e 35 anos, em busca da dose de reforço”, contou.

Na Prophylaxis a enfermeira Franciele Sales afirma que o aumento na procura foi de 80%. O local, assim como a maioria das clínicas, está sem a vacina. O laboratório, afirma, suspendeu o fornecimento para dar prioridade à rede pública. “Nos últimos dois meses todos os dias a gente recebe muita ligação, com pedidos pela tetra e tríplice para crianças de 1 ano, acima de 1 ano e até a fase adulta, até 20 anos”, comentou.

A Imunitá também informou à reportagem estar sem as vacinas, em falta desde o último mês.

Quem precisa de vacinar – Devido ao surto, existe a dose zero, destinada a todas as crianças de 6 meses a menores de 1 ano. Além da dose zero, há a primeira dose que deve ser aplicada em todas as crianças que completaram 1 ano de idade. Por último, há o reforço ou segunda dose, aplicada aos 15 meses, última dose a ser tomada por toda a vida.

Os adultos, ainda assim, também podem ser vacinados. Se a pessoa tem até 29 anos e tomou apenas uma dose, deve procurar a dose de reforço em uma unidade básica de saúde. Para quem não se lembra de ter tomado nenhuma dose durante a vida e tem até 29 anos, é necessário tomar duas doses, e se tiver entre 30 e 49 anos, apenas uma dose.

As vacinas são a Dupla viral, que protege do vírus do sarampo e da rubéola e pode ser utilizada para o bloqueio vacinal em situação de surto, ou seja, para quem teve contato com pessoas suspeitas ou doentes e que não foram vacinadas anteriormente. Há, ainda, a Tríplice viral, que protege do vírus do sarampo, caxumba e rubéola e a tetra viral que imuniza contra o vírus do sarampo, caxumba, rubéola e catapora.

Quem não pode tomar – A vacina é contraindicada pelo Ministério da Saúde durante a gestação porque é produzidaa com o vírus do sarampo vivo, apesar de atenuado. A gestação tende a diminuir a imunidade da mulher, o que deixa o sistema imunológico mais vulnerável e, por isso, a vacina pode desenvolver a doença ou complicações.

Entenda o sarampo - A transmissão do vírus ocorre de pessoa a pessoa, por via aérea, ao tossir, espirrar, falar ou respirar. O sarampo é tão contagioso que uma pessoa infectada pode transmitir para 90% das pessoas próximas que não estejam imunes, segundo o Ministério da Saúde. A transmissão pode ocorrer entre 4 dias antes e 4 dias após o aparecimento das manchas vermelhas pelo corpo.

Os sintomas são febre acompanhada de tosse; irritação nos olhos; nariz escorrendo ou entupido e mal-estar intenso. Em torno de 3 a 5 dias, podem aparecer outros sinais e sintomas, como manchas vermelhas no rosto e atrás das orelhas que, em seguida, se espalham pelo corpo. Após o aparecimento das manchas, a persistência da febre é um sinal de alerta e pode indicar gravidade, principalmente em crianças menores de 5 anos de idade.

Em Campo Grande - A Sesau investiga a suspeita de sarampo em uma criança, de idade não informada. A suspeita ocorre a menos de uma semana depois da Secretaria vacinar mais de 90 pessoas que tiveram contato com um médico vindo de São Paulo. Não há confirmação, por exemplo, se a criança contraiu a doença em Campo Grande ou em outro estado, como foi o caso do médico.

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