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Capital

De novo: golpistas fingem que são advogados para aplicar golpes em Campo Grande

Crimonosos emitiram um "falso Darf" de R$2.500, feito apenas pela Receita Federal, para enganar clientes

Natália Olliver | 07/11/2022 16:53
Golpista se passa por advogado para enganar clientes (Foto: Daphne Calixto) 
Golpista se passa por advogado para enganar clientes (Foto: Daphne Calixto)

Após uma onda de golpes aplicados por estelionatários em escritórios de advocacia de Mato Grosso do Sul, em setembro deste ano, criminosos voltaram a atacar e mais uma empresa do setor foi alvo do “falso precatório”. Os criminosos chegaram a emitir um documento, utilizado pela Polícia Federal, chamado de DARF, (Documento de Arrecadação de Receitas Federais), no valor de R$ 2.500 para que clientes da empresa Fava&Geabra conseguissem liberar o recurso, fruto de indenizações contra o Poder Público.

A filha do proprietário da empresa prejudicada, Daphne Calixto Geabra, de 33 anos, explicou ao Campo Grande News que até o momento não há informações sobre quantas pessoas caíram no golpe.

“A gente acordou e de manhã começou a ter vários clientes relatando que tinham sido contatados por alguém que se dizia do escritório, eles usaram a logo do escritório. Conseguiram a OAB dos advogados, usaram a logo. Fizeram um visto de liberação em nome do escritório, com número certinho. Só com o telefone diferente”.

Daphne ainda informou que o documento enviado pelos golpistas não é utilizado dessa maneira, muito menos para liberação do recurso adquirido. “Fizeram uma DARF da receita federal, com vencimento para hoje (7), pedindo para que as empresas pagassem o valor para que tivessem o precatório liberado. A Justiça não faz isso, nenhum escritório de advocacia faz também, muito menos por DARF”, frisou.

De acordo com a filha, o pai e a madrasta, proprietários do estabelecimento não sabem como os criminosos tiveram acesso à lista de pessoas atendidas pela empresa. “Eles colocaram nome e razão social do escritório e mandaram para bastante gente. Ainda não sabemos como eles tiveram acesso aos nossos clientes. A maioria são clientes mais humildes e senhores, o que deixa a gente ainda mais preocupado, porque são os que costumam cair mais nesse tipo de golpe. Não teve ninguém que relatou que fez os pagamentos, estão todos informando o que houve.”, finalizou.

Prevenção ao Golpe - Em setembro a OAB-MS (Ordem dos Advogados do Brasil) divulgou um alerta sobre o golpe envolvendo escritórios de advocacia em Mato Grosso do Sul. Por meio do aplicativo WhatsApp, o golpista comunica sobre uma suposta autorização de processo que se encontra em fase de pagamento. Mas que para ter acesso, é preciso que o cliente repasse dinheiro e libere o precatório.

O TJMS (Tribunal de Justiça do Estado), responsável pela gestão dos precatórios, também alertou a população sobre o golpe em setembro. Clientes relataram que os golpistas chegaram a se passar por defensores para enganá-los.

“O Departamento de Precatórios do TJMS esclarece que jamais condiciona o recebimento de precatórios a depósitos de qualquer natureza. Assim, não é exigido por telefone, mensagem ou e-mail e antecipadamente dos credores pagamento de taxas, custas ou qualquer despesa para a liberação de pagamento de precatório”, disse.

O Tribunal ainda orientou a todos os credores para que não transfiram os créditos a terceiros ou paguem taxas processuais a escritórios, empresas ou advogados sem antes consultar a real situação de seu precatório pessoalmente com seu advogado ou com Departamento.

Prejudicados - O escritório Lacerda, em Campo Grande, foi um dos prejudicados com os golpes em setembro. Os estelionatários alegaram que teriam de receber uma certa quantia em dinheiro, que não foi informado, para que o processo andasse de forma mais rápida. Alguns clientes revelaram que chegaram a perder, pelo menos, R$ 30 mil com a ação criminosa, aplicada por bandidos do Estado do Ceará. Na época, a proprietária da empresa, Renata Lacerda, conversou com o Campo Grande News e informou que, em investigação própria, descobriu a origem dos golpistas e que os dados coletados já estão na mão da Polícia Civil.

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