Depois de enchente, resta a moradores contabilizar os prejuízos
Moradores do Jardim Cerejeiras ainda não conseguiram contabilizar os estragos causados pelas chuvas de ontem (8), que fizeram o Córrego Segredo transbordar e alagar três casas em área de comodato, na Rua Nelson Abrão Lemos. A água chegou a 1,5 metro e estragou roupas, alimentos, eletrodomésticos e eletrônicos.
“Foi menos de cinco minutos”, lembrou o pedreiro Jorge Menezes. Ele contou que percebeu a água subir, então fechou a casa, onde mora com um amigo, e colocou panos. “A água arrebentou a porta e entrou na casa”, apontou.
A geladeira, comprada recentemente, queimou, sobrando alguns móveis e uma televisão pequena. “Nós amarramos tudo com corda e penduramos”, contou o pedreiro. A limpeza da casa, para tirar o barro, terminou na manhã de hoje (9), mesmo assim eles ainda não conseguiram contabilizar todos os prejuízos e não sabem o que fazer caso o córrego volte a subir. “Vamos ter que parafusar tudo na parede”, brincou Jorge. “Há 16 anos moro aqui e essa foi a primeira vez que isso aconteceu”, ressaltou.
A aposentada Inês Del Padre, 64, também foi afetada pela chuva. Ela estava dentro de casa, quando a água invadiu o imóvel e ela entrou em desespero, sendo socorrida por uma equipe do Corpo de Bombeiros. Por conta da idade e por ter somente 40% da visão, ela ainda não conseguiu limpar a casa. A filha, que está grávida, e o genro precisaram sair, porque a mulher estava passando mal, não podendo ajudá-la na limpeza.
Mesmo com a situação, Inês não conseguiu traçar um “plano B”. “Ainda não sei de nada. Não consegui nem pensar”, lamentou. Recebendo um salário mínimo por mês, a aposentada afirma não ter dinheiro para sair da casa e pagar aluguel.
Mas, ela se preocupa com a filha, que perdeu as roupas e todos os alimentos que havia comprado e o enxoval para o filho. “Eu me viro, fico em qualquer canto, mas ela tem filho pequeno, está gravida”, analisou Inês.
“Agora temos que esperar, não dá para fazer nada. O problema é que voltou a chover”, mencionou a aposentada. Sobre o motivo da enchente, ela acredita que alguém deve ter “mexido” na cabeceira do Córrego Segredo. De acordo com a Defesa Civil Municipal, choveu 31 milímetros na região do Alphaville, que também fica na região norte da Capital.