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Capital

Dono não reivindica e área invadida já tem 60% das casas construídas

O local, que já tem placa de associação, foi dividido em 192 lotes, mais da metade dos 'beneficiados' construiu a casa e já tem gente morando no local.

Christiane Reis | 07/02/2017 06:53
As lideranças colocaram placa da Associação no dia 20 de janeiro. (Foto: Marcos Ermínio)
As lideranças colocaram placa da Associação no dia 20 de janeiro. (Foto: Marcos Ermínio)

Os invasores que estão em área particular no Jardim Los Angeles já construíram ao menos 60% das moradias. A área, que pertenceu ao Samambaia Country Club de 1980 a 2005, foi loteada e alguns dos 'beneficiários' já moram no local.

Segundo o pedreiro Josenildo Guimarães Fernandes, 43 anos, que é uma das lideranças, a intenção é que as pessoas concluam as casas o quanto antes. “O pessoal está com pressa, pois não tem como pagar aluguel e cada família está se virando para conseguir levantar a casa. Alguns estão se desfazendo do pouco que têm, como eletrodomésticos, para conseguir comprar material e realizar o sonho de deixar de pagar aluguel”, disse.

Ele detalhou ainda que as lideranças mantém todo o controle das famílias que estão no local e que já não há mais espaço para receber mais gente. 

Josenildo Fernandes mostrou o caderno com as informações sobre os moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
Josenildo Fernandes mostrou o caderno com as informações sobre os moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
O trabalho está a todo vapor. A maioria das casas é construídas pelos próprios moradores. (Foto: Marcos Ermínio)
O trabalho está a todo vapor. A maioria das casas é construídas pelos próprios moradores. (Foto: Marcos Ermínio)

Esse é o caso da dona de casa, Sheila Vilasboas, 31 anos. Ela e a esposa, Mayara de Souza Santana, 26 anos, já se mudaram para a casa de apenas um cômodo e banheiro – ainda em construção – depois de terem passado ao menos 20 dias dormindo ao relento.

“Conseguimos os materiais por meio de doação e fomos construindo. Acredito que vai acontecer o melhor e que vamos conseguir ficar aqui, pois já consideramos o nosso lar”, disse.

O vizinho delas, Jean Carlos Specian, 32 anos, trabalha como vidraceiro e também já se mudou para o Samambaia. Ele a esposa e dois filhos devem estar na casa pronta em no máximo dois meses. “Por enquanto está assim. Mas aos poucos vou concluindo, falta acabar o banheiro. Daqui não pretendo sair de jeito nenhum”.

Mayara (de azul) e Sheila (de preto) contam que chegaram a dormir ao relento. (Foto: Marcos Erminio)
Mayara (de azul) e Sheila (de preto) contam que chegaram a dormir ao relento. (Foto: Marcos Erminio)

Histórico – A área foi invadida entre o fim do ano passado e o início deste ano. A informação é que a área estava abandonada e servia, inclusive, para esconderijo de assaltantes e até mesmo desova de corpos. A invasão ocorreu entre o fim do ano passado e início deste ano, no dia 20 de janeiro, os ocupantes colocaram uma placa da Associação Samambaia Residencial, como forma de demarcar o local.

Segundo a pensionista Nilda Loureiro, 63 anos, que é viúva do proprietário, falecido há 17 anos, os filhos do então marido tocaram o clube até 2005, quando decidiram entrar com o processo de inventário. “Ainda não temos definição de nada. O advogado esteve hoje na minha casa e vai ver o que é possível fazer para acelerar o processo”, detalhou.

A reportagem procurou a Prefeitura de Campo Grande para posicionamento sobre a situação. A informação é de que a Emha (Empresa Municipal de Habitação) deve dar uma resposta nesta terça-feira (7).

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