Famílias invadem área particular onde funcionava antigo clube
Há quase dez dias, quase 300 famílias ocuparam a área de 18 hectares e já estão dividindo os lotes
Quase 300 famílias invadiram uma área de 18 hectares, localizada próxima ao Bairro Los Angeles. Elas já estão fazendo a divisão dos lotes, de forma que cada tenha 10 x 20 de área, e a intenção é que cada família construa sua casa de alvenaria. A área invadida é particular e ali funcionou de 1980 a 2005, o Samambaia Cuntry Club.
A manicure, Mirna Nogueira, 32 anos, disse que aguarda há 14 por uma casa ou terreno. “Aguardo todo esse tempo e já pedi várias vezes, pois preciso sair da situação que estou. Tenho filhos e estou morando de favor, quero garantir um futuro para eles”, disse. Ela informou que tem cadastro na EMHA (Empresa Municipal de Habitação) , mas ainda não foi contemplada.
Já o serralheiro Edson Gomes, 46 anos, está na fila por uma moradia há 18 anos. “Entra prefeito, sai prefeito e nada muda”, reclamou. A serviços gerais Soleide Ferreira, 26 anos, contou que “quem chegou primeiro pegou um lote”, disse. Segundo ela todos tem área de 10x20 e conforme as pessoas vão chegando os lotes são sorteados entre os que precisam. “Nós entramos nessa área para ocupar esse terreno que estava sem uso”.
Segundo o feirante e produtor, Audir José Jaques Ferreira, 33 anos, as famílias envolvidas moravam nos bairros próximos ao Los Angeles e, após identificar a área considerada ociosa por eles, decidiram, então ocupá-la.
A reportagem ouviu moradores da região que afirmaram serem favoráveis à ocupação, pois a área estava ociosa. Alguns, que não se identificaram, inclusive que o local chegou a ser usado para desova de corpos, desmanche de carros e esconderijo para assaltantes.
Inventário – A pensionista Nilda Loureiro, 63 anos, é viúva do proprietário, que faleceu há 17 anos. Segundo ela, os filhos dele administraram o clube até 2005, quando decidiram entrar com o processo de inventário. “A partir daí eles fecharam o local e estamos no aguardo para que haja uma definição”, disse.
Ela informou que a a invasão ocorreu há quase 10 dias. “ De repente eles surgiram, levei um grande susto. Agora já sinalizam o início da construção das casas”, disse.
Procurada, a Prefeitura de Campo Grande informou, via assessoria de imprensa, que o diretor-presidente da Emha, Eneas José de Carvalho, e equipe estão em fase de levantamento sobre o déficit habitacional do município.