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Capital

Onça que matou caseiro passará por avaliação física e comportamental no CRAS

Animal passará por bateria de exames e depois será integrado a programa do Governo Federal

Por Ana Paula Chuva e Murilo Medeiros | 24/04/2025 12:59
Onça que matou caseiro passará por avaliação física e comportamental no CRAS
Momento em que onça-pintada foi retirada da viatura no CRAS (Foto: Marcos Maluf)

A onça-pintada macho capturada no Pantanal por atacar o caseiro Jorge Ávalo, 60 anos, ficará no CRAS (Centro de Reabilitação de Animais Silvestres) em Campo Grande até ter sua saúde estabilizada. O animal de aproximadamente 9 anos deveria estar pesando 120 kg, mas está com 26 kg a menos.

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A onça-pintada macho capturada no Pantanal após atacar um caseiro ficará no CRAS em Campo Grande para se recuperar. O animal, com 26 kg abaixo do peso ideal, será avaliado e monitorado por programas do Governo Federal. Autoridades investigam se o ataque foi influenciado pela perda de medo do animal em relação a humanos, possivelmente devido à ceva. A onça passará por exames e receberá um chip de identificação no CRAS.

Durante coletiva de imprensa na manhã desta quinta-feira (24), o secretário-executivo de Meio Ambiente, Arthur Falcette explicou que após passar pelos exames no CRAS e ter o quadro de saúde estabilizado, o animal deverá ser integrado a programa do Governo Federal para monitoramento.

“Ele será direcionado pelo ICMbio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) para uma instituição de preservação. Essa é uma situação absolutamente atípica. É a primeira onça-pintada no Brasil a ser capturada após ataque a humano, sem dúvidas haverá muita demanda para estudar esse animal. Precisamos entender essa dinâmica”, afirmou o secretário.

Onça que matou caseiro passará por avaliação física e comportamental no CRAS
Secretário-executivo Arthur Falcette durante a coletiva de imprensa (Foto: Marcos Maluf)

Arthur ainda disse à imprensa que sem ter posse de todas as imagens do local, não há como determinar se foi uma onça que atacou o caseiro. No entanto, destacou que a situação está sendo avaliada pela Polícia Civil.

“Não podemos fazer relação entre animais que se alimentaram do corpo e um ataque. Encontrar material na boca ou nas fezes do animal não é o suficiente para fazer uma ligação direta a ter sido um ataque provocado por aquele animal”, pontuou Falcetter.

O secretário ainda pontuou que no local há um grande trânsito de pessoas que não produtores rurais e o Estado tem um bom histórico de interação com a fauna. “Precisamos nesse momento condenar a caça. Alguns oportunistas estão se organizando para caçar onças naquele local por conta do ataque”, finalizou.

Ainda na coletiva, o veterinário e professor da UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), Gediendson Ribeiro de Araújo, relatou que o caso do ataque está diretamente relacionado a aceitação de animais silvestres à presença humana.

“O animal perdeu o medo do ser humano e isso é incomum. Não é normal que uma onça se aproxime tanto, com o barulho das chalanas e toda a movimentação. Infelizmente vemos alguns casos de locais onde é feita a ceva, mas isso acaba causando conflito porque o animal vê a pessoa que dá a comida como alguém que não é perigoso. Porém não é possível afirmar que houve ceva naquele local”, alegou o doutor em reprodução animal.

Onça que matou caseiro passará por avaliação física e comportamental no CRAS
Veterinário Gediendson afirmou que sanidade mental da onça será avaliada (Foto: Marcos Maluf)

Além disso, Gediendson contou que a onça está 26 kg abaixo do peso e isso mostra que não está em um bom estado de saúde. “Era para ter ao menos 120 kg, ele está pesando 94 kg. Vemos que não está bem e isso pode ter proporcionado esse desfecho trágico. Vamos fazer toda a avaliação física e mental do animal. No momento não há como dizer se ele voltará à natureza”, detalhou.

Por fim, a coordenadora do CRAS, Aline Duarte afirmou que será feito o RG (registro geral) da onça e a identificação com um chip. Ela passará por exames de sangue, fezes, raio-x e ultrassom.

“Depois ele vai para um recinto e a começaremos a análise do comportamento também. Nossa função é ver o estado de saúde do animal. A investigação fica para os órgãos competentes”, disse.

A onça chegou ao CRAS na manhã de hoje. O animal foi capturado por volta das 3h da madrugada em Miranda, distante 208 quilômetros da Capital.

Onça que matou caseiro passará por avaliação física e comportamental no CRAS
Coordenadora do CRAS afirmou que animal passará por bateria de exames (Foto: Marcos Maluf)

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