Lula confirma ex-presidente da Telebras como novo ministro das Comunicações
Lula confirma ex-presidente da Telebras como novo ministro das Comunicações

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) anunciou nesta quinta-feira (24) a nomeação de Frederico de Siqueira Filho como novo ministro das Comunicações. Até a nomeação, Siqueira presidia a Telebras – empresa pública vinculada ao ministério. O engenheiro foi indicado pelo partido União Brasil, com o apoio direto do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil).
RESUMO
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Siqueira Filho assume o ministério após a recusa do deputado federal Pedro Lucas Fernandes (União Brasil-MA), inicialmente convidado por Lula para ocupar o cargo. Fernandes optou por permanecer na Câmara dos Deputados, após pressão de sua bancada. O deputado foi indicado para substituir Juscelino Filho (União Brasil-MA), que deixou o cargo após ser denunciado pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por envolvimento em desvio de emendas parlamentares.
A nomeação de Siqueira Filho surge como uma solução técnica após o desgaste provocado pela recusa de Pedro Lucas. A escolha do engenheiro contou com o respaldo de Alcolumbre, que buscava manter sua influência na definição do titular da pasta. O episódio envolvendo o deputado maranhense causou desconforto no governo, especialmente após o anúncio público feito pela ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, e a negativa do parlamentar no dia seguinte.
Frederico de Siqueira Filho é engenheiro civil formado pela Universidade de Pernambuco (UPE) e acumula 26 anos de experiência no setor de telecomunicações. Passou duas décadas na operadora Oi, onde ocupou cargos de chefia nas áreas de Operações, Planejamento, Institucional, Regulatório e Comercial. Também atuou por dez anos como diretor de Relações Institucionais da Oi Brasil. Desde abril de 2024, está à frente da Telebras, estatal vinculada ao Ministério das Comunicações, com mandato até abril de 2026.
Aliados de Alcolumbre destacam que Siqueira foi bem-sucedido na recuperação da Telebras e possui uma abordagem de gestão com "mentalidade de setor privado", o que teria pesado na sua escolha. A nomeação reforça a manutenção da cota do presidente do Senado na Esplanada dos Ministérios, ainda que com um nome de perfil mais técnico.
Nos bastidores, a decisão de Pedro Lucas Fernandes foi atribuída a uma tentativa de evitar um racha interno no União Brasil. A bancada do partido na Câmara pressionou para que o deputado permanecesse no Legislativo, temendo perdas no controle da sigla. A liderança do partido, comandada por Antonio Rueda, considerou a troca como uma forma de minimizar danos políticos. Mesmo assim, a recusa de Fernandes causou irritação no Planalto.