Máquina ucraniana ajudou hotel do Pantanal a acabar com borrachudos
A Mosqitter é uma armadilha, que atrai os mosquitos imitando características humanas como o cheiro
Um sistema desenvolvido originalmente na Ucrânia tem se mostrado uma alternativa eficaz no combate a mosquitos, especialmente em hotéis e clubes de luxo espalhados pelo país. Em Mato Grosso do Sul, a Pousada Caiman é uma das que utiliza o Mosqitter, uma máquina que funciona como armadilha, atraindo pernilongos ao simular características humanas, como o odor corporal.
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Um dispositivo inovador, chamado Mosqitter, está sendo utilizado no Brasil para combater mosquitos em locais de luxo, como hotéis e clubes. Desenvolvido na Ucrânia, o equipamento simula características humanas para atrair e capturar mosquitos, especialmente as fêmeas que precisam de sangue para formar ovos. O Hotel Caiman, no Pantanal, foi o primeiro a testar o Mosqitter no Brasil, relatando uma redução significativa na presença de pernilongos. O dispositivo utiliza um sachê que simula odor humano e CO₂ para atrair os insetos, sendo eficaz em mais de 90% dos casos. A tecnologia, já popular no Hemisfério Norte, está ganhando espaço no mercado brasileiro.
Inicialmente utilizado na Europa , onde foi criado, o equipamento tem eficácia comprovada cientificamente no controle de mosquitos e pernilongos, segundo Pedro Moreira, responsável pela Mosqitter no Brasil.
Quando a empresa decidiu trazer a tecnologia para a América do Sul, precisou submeter o equipamento a dois testes: um laboratorial e outro prático. O Caiman, hotel localizado em uma reserva no Pantanal sul-mato-grossense, foi o escolhido para o experimento, por ser referência em ecoturismo e estar inserido em uma região com alta incidência de insetos.
Em 2022, o hotel de luxo recebeu o primeiro equipamento da Mosqitter no Brasil. O "alvo" da vez era o borrachudo, comum no Pantanal. O objetivo era verificar o desempenho do equipamento diante das condições locais, diferentes das enfrentadas na Europa, tanto em relação ao clima quanto às espécies.
“A gente partiu do pressuposto que se funcionasse ali para a Caiman, se gostassem da solução, isso seria um teste empírico muito importante para a gente”, explica Pedro.
A gerente do Hotel Caiman, Luciana Fabbri, afirmou que o uso da armadilha foi positivo, especialmente na área da piscina, antes tomada por pernilongos.
“Nossa equipe, que opera o bar, ao longo do ano, relatou grande diferença, praticamente sem pernilongos em áreas que anteriormente havia grande presença de pernilongos. Nós recomendamos o uso do dispositivo para esta finalidade e estamos planejando expandir a área de cobertura em nosso estabelecimento”, disse Luciana, em depoimento publicado no site da Mosqitter. A reportagem tentou contato com a gerente, mas não obteve retorno.
Como funciona – A máquina simula características de um mamífero para atrair mosquitos hematófagos, ou seja, que se alimentam de sangue. O projeto é baseado em dois princípios: o de que essas espécies têm alcance de voo limitado e o de que, no caso dos pernilongos, apenas as fêmeas picam, pois precisam de sangue para formar seus ovos.
“São espécies que costumam se estabelecer em locais e viver a vida delas ali, sem voar para outros locais. E no caso dos pernilongos, é a fêmea que precisa do sangue do mamífero para formar o ovo dela, o macho não pica”, detalha Moreira.
O equipamento conta com dois insumos principais: um sachê patenteado, produzido em laboratório, que simula o odor de um mamífero, e um cilindro de CO₂ comum. A combinação desses elementos atrai as fêmeas, que são aprisionadas e acabam morrendo após algum tempo.
“Quando se introduz um sistema que está imitando um mamífero e que está atraindo 40 vezes mais do que qualquer ser humano que está por ali, o papel dele vai ser recolher as fêmeas constantemente no local, e com isso criar uma dificuldade constante para a reprodução e para que a espécie se estabeleça ali por falta de fêmeas”, explica.
Projetado para uso em áreas externas, como clubes, hotéis, condomínios e fazendas, o Mosqitter é uma tecnologia já bem conhecida no Hemisfério Norte e tem ganhado espaço no mercado brasileiro, conforme destaca Moreira.
O equipamento é alimentado por energia elétrica e pode ser conectado à internet, permitindo controle remoto via aplicativo. Em ambiente controlado, a máquina alcança mais de 90% de taxa de atração. Quando há humanos presentes, ela continua se sobressaindo, reduzindo em até 93% o número de picadas.
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