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Capital

Em 24 horas, 2 presos do mesmo pavilhão morrem na Gameleira

No meio de seus pertences, a perícia encontrou 17 tipos de remédios

Por Bruna Marques | 10/02/2024 07:14
Vítima passou mal na cela 64, do pavilhão C (Foto: Arquivo)
Vítima passou mal na cela 64, do pavilhão C (Foto: Arquivo)

Em menos de 24 horas, dois presos morreram no pavilhão C, do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, localizado na área rural de Campo Grande. A última vítima é um homem de 41 anos. Ele passou mal na cela e acabou morrendo no início da noite desta sexta-feira (9), no saguão da recepção da unidade. No meio de seus pertences, a perícia encontrou 17 tipos de remédios.

De acordo com o boletim de ocorrência, o homem dividia a cela 64, do pavilhão C, com mais três presos. Foram eles que perceberam que a vítima estava passando mal e chamaram os policiais penais.

Os policiais tiraram a vítima da cela, levaram para o saguão da recepção e acionaram o Corpo de Bombeiros. Quando a equipe chegou, o homem já estava morto.

A Polícia Civil esteve na Gameleira e foi informada que a vítima retornou ao presídio por volta das 17h20, quando o jantar já havia sido distribuído, e que a alimentação dos internos que saem para trabalhar é feita fora da unidade penal.

No momento em que o chefe do pavilhão fez o confere nas celas, não houve nenhuma reclamação por parte da vítima. Os companheiros de cela do homem relataram que antes da chegada dos bombeiros, o interno estava babando e com a cabeça roxa.

No local, possui uma enfermaria, mas no momento estava fechada, sendo assim, não foi possível acessar a ficha de saúde da vítima. Na cela em que ele ficava, a perícia encontrou 17 tipos de medicamentos. Segundo os policiais penais, todos os remédios são entregues com aprovação da enfermeira da unidade.

Foi solicitado o exame necroscópico ao Imol (Instituto de Medicina e Odontologia Legal) e a coleta de material biológico para análise toxicológica.

O caso foi registrado como morte a esclarecer na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) Cepol.

Outro caso – Na quinta-feira (8), Wagner Adauto Nunes, de 49 anos, morreu na cela 88 do mesmo pavilhão do Centro Penal Agroindustrial da Gameleira. A vítima estava presa por tráfico de drogas. A perícia encontrou sinais de overdose e o caso foi registrado como "morte a esclarecer".

Colegas de cela acionaram os policiais penais, que o colocaram em uma cadeira de rodas para buscar ajuda, onde ele morreu.

Acionado, o Corpo de Bombeiros informou sobre a necessidade do acionamento da Polícia Civil, porque havia espuma saindo pelo nariz da vítima. Os policiais penais informaram que Adauto fazia uso de uma "bombinha" para tratamento de asma.

De acordo com o perito, a vítima apresentava salivação excessiva, o que pode sugerir intoxicação (possível overdose). O caso foi registrado como "morte a esclarecer", na Depac (Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário) do Cepol.

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