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Capital

Em audiência, secretário admite dificuldade em “parar” compradores de cobre

Participantes de debate concluem que é preciso esforço conjunto para acabar com furtos de fios na Capital

Por Mylena Fraiha | 27/10/2023 12:45
Representantes de empresas de telefonia e de órgãos públicos durante audiência, no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Mylena Fraiha)
Representantes de empresas de telefonia e de órgãos públicos durante audiência, no plenário da Câmara Municipal de Campo Grande (Foto: Mylena Fraiha)

Com a crescente onda de furtos de fios de cobre em Campo Grande, a Câmara Municipal organizou uma audiência pública na manhã desta sexta-feira (27) para discutir melhorias na fiscalização do comércio ilegal de fios de cobre. Durante o debate, o secretário especial de Segurança e Defesa Social, Anderson Gonzaga da Silva Assis, admitiu a dificuldade de "pegar" os compradores "formiguinha" de cobre, que alimentam os furtos, e pediu esforço conjunto das forças de segurança para coibir esse tipo de crime.

Desde abril do ano passado, foram furtados mais de 15 mil metros de fios de cobre, que causaram mais de R$ 200 mil em prejuízos aos cofres municipais, conforme levantamento da Agetran (Agência Municipal de Transporte e Trânsito).

No dia 9 de outubro, a prefeita Adriane Lopes (PP) assinou o decreto que regulamenta a punição e intensifica ações sobre a proibição de aquisição, estocagem, comercialização, reciclagem, processamento e beneficiamento de materiais metálicos ferrosos sem comprovação.

Conforme o decreto, o estabelecimento que comercializar o produto sem a comprovação da procedência ou origem pode sofrer multa de R$ 10 mil, além da reclusão de 1 a 4 anos, cassação do alvará de atendimento do proprietário e sócio por 10 anos.

A audiência, convocada pela Comissão Permanente de Meio Ambiente da Câmara, buscou aprofundar a questão da fiscalização dos furtos e venda ilegal de cobre. A audiência também reuniu representantes de empresas que prestam serviços de telefonia e representantes do poder público, como a Energisa, Claro, Vivo, Rede Limpa e a V. Tal. "Essa é a segunda discussão sobre esse tema. O decreto saiu e serve para mostrar como a lei deve ser implementada", comenta o vereador André Luís (Rede), o presidente da mesa.

Vereador André Luís aponta que fiscalização precisa ser reforçada (Foto: Mylena Fraiha)
Vereador André Luís aponta que fiscalização precisa ser reforçada (Foto: Mylena Fraiha)

O vereador André Luís ressaltou que a principal preocupação do poder público deve ser a fiscalização das vendas e a inibição dos furtos. "Boa parte desses furtos são feitos durante a madrugada, porque é um horário que há poucas pessoas na rua. Eu tenho a sensação de que falta uma fiscalização mais ostensiva e ter presença física do policial, seja de manhã ou de noite. Falta a sensação de segurança e isso redunda em furtos".

Secretário Anderson explica que operações de fiscalização já estão em andamento (Foto: Mylena Fraiha)
Secretário Anderson explica que operações de fiscalização já estão em andamento (Foto: Mylena Fraiha)

O secretário de Segurança admite que os “ferros-velhos clandestinos” se espalham pela Capital, o que agrava o problema. “Isso é um atrativo para que haja o aumento do furto, e o cobre é trocado por entorpecente. Tem que sair bons frutos daqui, principalmente do apoio das forças de segurança pública, principalmente da Polícia Civil”, defendeu.

Anderson aponta, porém, que após o endurecimento da lei, foram realizadas 12 inspeções de locais de venda de cobre, mas não foi possível flagrar irregularidades. “Nós estamos em processo de fiscalização. Nossa maior dificuldade é identificar locais pequenos, em bairros, porque muitas vezes a venda irregular é feita em residências”, explica.

Prejuízo - Segundo Luciano Sebastião Vilela, representante da Vivo, a empresa tem sofrido com o aumento no número de casos. “Este ano, temos sofrido com um aumento de furtos acima do aceitável para nós. Vários clientes têm sido afetados em todo o Estado. O furto de cabos metálicos cresceu muito e a empresa não estava preparada para atender esse número”, alertou.

O CEO da empresa Rede Limpa, Francisco Villar Marcondes, explicou que as empresas de fibra óptica também são prejudicadas pelas tentativas de roubo, já que os criminosos, ao tentar roubar fios metálicos, acabam danificando os cabos de fibra óptica, afetando os cerca de 2 mil clientes. “Quando alguém corta um cabo metálico, acaba afetando a fibra também. Isso impacta tanto os clientes que usam a tecnologia metálica quanto os que utilizam a fibra. Além disso, a transição de tecnologia para a fibra, que está programada até 2025. Existem operadoras que já fizeram essa mudança, mas até 2025, ainda teremos problemas de furto”.

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