Em carreata, eleitores de Bolsonaro criticam STF e “lockdown”
Segundo a organização mais de mil veículos e 150 motos participararam da manifestação
Apoiadores do presidente Jair Bolsonaro começaram o domingo nas ruas. Desde às 9h da manhã, dois grupos fazem protestos em Campo Grande. Pelos discursos no carro de som, os dois alvos principais são a possibilidade de lockdown e a decisão do ministro Edson Fachin, do Supremo Tribunal Federal (STF), que tornou o ex-presidente Lula novamente elegível.
Na esquina da Rua Alagoas com a Afonso Pena, a manifestação começou com expectativa de distribuir 3.000 panfletos e adesivar 1.000 carros com a frase “Bolsonaro 2022, Consertamos, agora avançamos”.
“O movimento é em apoio ao presidente Jair Bolsonaro, pela contagem pública de votos e contra o lockdown. Não temos medo do Lula e sim da urna eletrônica, já que o STF é uma vergonha e permite bandido ser candidato”, diz o organizador do movimento Endireita MS, o empresário Rafael Tavares, 36 anos.
Nos depoimentos, o embate ideológico é o mesmo, com uma questão extra este ano, as medidas contra a covid.
“Estou cansado de roubalheira e contra esse lockdown, já fizeram uma vez e não adiantou, vão fazer novamente e não terá resultado. Estou aqui a favor do Brasil e espero que o país não ser transforme em uma Venezuela”, atacou o empresário Matheus Souza, que diz participar pela segunda vez do movimento pró-Bolsonaro.
Formado pela maioria de empresários da cidade, a ação juntou tudo em protestos só, no domingo em que novo toque de recolher começa a vigorar a partir das 20h. Mesmo sem qualquer indicativo de lockdown, o que fecharia por completo as atividades não essenciais, a palavra é recorrente entre os manifestantes.
Ana Maria Souza levou a família para a Afonso Pena, preocupada com as regras para conter o avanço rápido da covid-19. “Sou contra esse lockdown contra o STF e a favor do Brasil, tudo que eles fazem é proteger bandido. Tenho medo do que o Brasil está virando”
Carreata – O maior contingente de apoiadores na rua, no entanto, foi em carretada que começou no Parque das Nações Indígenas e seguiu pela Afonso Pena e Avenida Mato Grosso.
Segundo os organizadores pouco mais de mil carros e aproximadamente 150 motocicletas participaram da manifestação em defesa do governo Bolsonaro.
Conforme o itinerário, o grupo encerra o protesto em frente ao quartel do CMO (Comando Militar do Oeste), na Avenida Duque de Caxias, cobrando a intervenção das forças armadas. Depois, volta pela Afonso Pena.
Entre as frases mais repetidas, o ministro Edson Fachin foi o maior criticado. “Juiz nenhum pode se posicionar politicamente”, gritavam os manifestantes.
Mensagem em adesivos nos veículos foi escrita em inglês, que em português diz “a suprema corte brasileira destruiu a República".