Em "parceria" da Polícia Civil com shopping, megaoperação prendeu 7
A megaoperação da Polícia Civil, batizada como Operação de Domingo, feita por seis delegacias ontem (13) na região do Shopping Campo Grande, reuniu 250 policiais, abordou cerca de 2 mil pessoas e prendeu apenas sete em flagrante acusadas de vender drogas e bebidas alcoólicas para menores. Ao todo, 33 pessoas, entre adolescentes e adultos, foram encaminhadas para a delegacia por estarem sem documentos e posteriormente liberadas. Em nota, a direção do shopping afirmou que a ação realizada em parceria com órgãos de segurança teve o objetivo de manter o conforto e segurança de seus visitantes, lojistas e colaboradores.
A delegada RozemanGeise Rodrigues de Paula, da Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude), declarou em entrevista coletiva realizada na tarde de hoje (14) na Acadepol (Academia da Policia Civil de Mato Grosso do Sul), que a operação é resultado de um levantamento que durou cerca de 30 dias, feito com base em denúncias de uso de drogas e ocorrência de outros fatos ilícitos ocorridos na região do Shopping Campo Grande e Altos da Afonso Pena, mas especificamente na Praça das Águas, onde adolescentes estariam fazendo o uso de drogas e até se prostituindo.
Conforme a delegada, na operação, cerca de 2 mil pessoas foram abordadas, sendo que 33, entre adolescentes e adultos, foram encaminhadas para as delegacias. Sete pessoas e dois adolescente foram presos em flagrante por trafico de drogas e vender bebidas alcoólicas à menores. Com eles, foram apreendidas 30 porções de drogas, entre maconha e pasta base de cocaína.
O diretor do DPE (Departamento de Policia Especializada), delegado Adriano Garcia Geraldo, explicou que a ordem era abordar todos, sem distinção, sendo que o alvo principal era adolescentes de 12 a 16 anos. O delegado ressalta que os policiais faziam a abordagem e verificavam se a pessoa portava documento e fazia uma breve entrevista. Segundo ele, a ação teve acompanhamento de integrantes do Conselho Tutelar Norte.
Os adolescentes que estavam sem documentos e ou por algum motivo não conseguiram contato com a família foram encaminhados para a delegacia.
A conselheira Ana Paula Costa Morilhas, que participou da ação junto com os policiais, disse que 70% dos pais que foram buscar seus filhos nas delegacias não sabiam que eles estavam no entorno do Shopping e sim, disseram a eles que estavam na igreja.
Ela afirmou que não existiu nenhuma situação vexatória e nem ação truculenta por parte dos policiais. A conselheira considerou a ação "pedagógica".
Participaram também da coletiva os delegados Aline Sinott, da Deaij, Gomides Ferreira, e Fernando Nogueira, diretor do SIG (Setor de Investigações Gerais).