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Capital

Empresa dona de carne jogada na rua fornece comida para o Exército

O estabelecimento foi identificado por meio de etiquetas em parte do lote descartado de forma irregular no bairro Nova Lima

Maressa Mendonça | 15/01/2020 20:48
Empresa dona de carne jogada na rua fornece comida para o Exército
Empresas foram identificadas pelas etiquetas anexadas em carne descartada de forma irregular no Nova Lima (Foto: Divulgação)

A Polícia Civil conseguiu identificar a empresa responsável pela carne jogada de forma irregular na Rua Marquês de Herval, no Bairro Nova Lima e agora investiga como e por que ocorreu este descarte. O estabelecimentos é fornecedor de alimentos para o Exército Brasileiro.

Com base nas etiquetas encontradas nas carnes, o delegado Maércio Alves Barbosa da Decat (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes Ambientais e de Atendimento ao Turista) chegou até duas empresas localizadas na Rua Eduardo Santos Pereira. Segundo ele, os estabelecimentos são de mãe e filho e estão localizados no mesmo terreno.

A empresa apontada nas etiquetas é a Biazus Conveniência Eireli que foi aberta em março de 2018 e é descrita como “comércio varejista de mercadorias em geral”. Desde a abertura, foram firmados quatro contratos com Ministério da Defesa para fornecimento de alimentos para o Exército. Todos eles ainda estão em vigência, conforme informações do Portal da Transparência. 

O primeiro dos contratos foi assinado em junho de 2019 com vigência até junho deste ano. O valor é de R$ 14.105,78 para fornecimento de alimentos, mais especificamente amido, para o 9º Grupamento Logístico, localizado na Vila Alba, em Campo Grande.

Em seguida foi assinado outro no valor de pouco mais de R$ 34 mil para o 14° Grupo de Artilharia de Campanha, localizado em Pouso Alegre (MG). Dentre os produtos solicitados, suco, queijo, picolé e requeijão. O prazo de vigência deste contrato termina em julho deste ano.

No dia 29 de outubro foi firmado outro contrato no valor de R$ 84.180,00 para fornecimento de feijão e suco para o Depósito de Subsistência de Santa Maria, em Santa Maria (RS) e no dia 11 de novembro outro dos mesmos produtos, mas com valor de R$ 162 mil também para Santa Maria (RS).

Empresa dona de carne jogada na rua fornece comida para o Exército
Parte de carne descartada de forma irregular no bairro Nova Lima (Foto: Reprodução)

A outra empresa, localizada no mesmo terreno, também já firmou contratos com o Exército. Pesquisas ao CNPJ apontam que a Mana Comércio de Alimentos Ltda foi aberta há 11 anos desde então firmou quatro contratos com o Exército Brasileiro.

O último deles terminou em maio do ano passado, com de pouco mais de R$ 19, 8 mil para fornecimento de alimento, mais precisamente massa de doce e preparado para mão, para a Academia de Agulhas Negras no Rio de Janeiro.

Outro contratos foram encerrados entre setembro e dezembro do ano passado com valores de pouco mais de R$58 mil, R$ 94 mil e R$ 247 mil, respectivamente. Dois deles para o fornecimento de cesta básica para o 3° batalhão de Engenharia e outro de suco para o Comando da 6° Região.

O delegado disse já ter ido até as empresas, onde conversou com um dos funcionários. Segundo os relatos, o descarte não foi feito por eles, mas por alguma outra pessoa para quem encaminharam os produtos. "A gente vai investigar e tentar chegar aos responsáveis", pontuou o delegado.

Conforme Barboza, os produtos serão rastreados para se chegar aos responsáveis. Imagens feitas por um morador e depoimentos também serão usados na investigação.

Conforme o delegado, os responsáveis pelo descarte irregular poderão ser punidos com até 4 anos de detenção. “Qualquer pessoa que descarta lixo de maneira temerária em via pública ou vegetação fora dos padrões determinados responde por poluição”, disse, reforçando ser uma atitude potencialmente lesiva ao ser humano e ao meio ambiente.

O caso - Trecho da Rua Marquês de Herval no Bairro Nova Lima, em Campo Grande, mais uma vez foi utilizado para descarte irregular de alimentos no fim de semana do dia 11 de janeiro. Desta vez, cerca de duas toneladas de carnes salgadas foram deixadas no local.

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