Entregues em julho, casas de mutirão são danificadas durante temporal
Parte do telhado de algumas residências foi arrancado pela força do vento; morador fez um vídeo reclamando das condições de imóvel
Entregues no dia 1º de julho, as casas construídas na área do Vespasiano Martins, para onde foram levadas algumas famílias transferidas da favela Cidade de Deus, não passaram no primeiro 'teste de qualidade' durante o temporal deste sábado (20), quando partes do telhado de algumas unidades se quebraram e foram arrancadas com a força dos ventos.
Com o incidente, muitas famílias ficaram sob a chuva durante toda a noite. Já outras fizeram reparos por conta própria. Segundo os moradores, a prefeitura não foi ao bairro até esta manhã e nenhuma ajuda foi dada.
Logo após a entrega das casas, o Campo Grande News foi até a comunidade e mostrou a realidade das 42 residências construídas. Sem reboco, forro, portas ou contra-piso, com paredes tortas e telhado inacabado.
As moradias têm 46 metros quadrados com dois quartos, sala, cozinha e copa, um banheiro e uma área de serviço externa. A construção foi por meio de um “Mutirão Assistido”, em que os próprios moradores trabalhavam, sob a orientação de técnicos e profissionais de uma ONG (Organização Não Governamental) contratada pela prefeitura por meio de um convênio de R$ 3,6 milhões.
Quando as casas foram entregues, a opinião dos moradores se dividia. Alguns preferiam até continuar em barracos e não se mudar para as casas. Já outros estavam satisfeitos.
Na noite deste sábado, com o temporal, muitos leitores enviaram fotos e vídeos dos estragos. Sem as capas, o telhado ficou com uma passagem bem no meio do telhado, deixando a chuva entrar e molhar móveis e outros pertences da família. Não houve grandes perdas, mas se a previsão de chuva para hoje se concretizar, mais água deve entrar na casa das famílias se a manutenção não ocorrer logo.
Ainda na noite de sábado, um morador que não se identifica registrou em um vídeo os danos o problema com as capas do telhado que foram quebradas com a força do vento. Ele mostra os móveis molhados e o risco do restante das telhas saírem voando.
Outras áreas – Na comunidade do Bom Retiro, outra área para onde foram levadas famílias da favela, os moradores ainda estão em barracos, pois as obras das casas estão paradas. E com o temporal, várias residências de madeira e lona foram destelhadas.