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Capital

Envolvido em fraude em contratos é preso por guardar armas e munições

Flagrante foi em empresa durante a operação Nota Zero deflagrada nesta quarta-feira (8), diz PF

Ronie Cruz e Anahi Zurutuza | 08/05/2019 11:46
Armas e munições foram encontradas em empresa na Capital (Foto: Ronie Cruz)
Armas e munições foram encontradas em empresa na Capital (Foto: Ronie Cruz)

Uma pessoa foi presa em flagrante durante a Operação Nota Zero deflagrada pela PF (Polícia Federal) e CGU (Controladoria Geral da União) na manhã desta quarta-feira (8). Segundo os investigadores, o suspeito foi flagrado com duas armas de fogo e aproximadamente 110 munições em uma das 11 empresas alvos da ação.

De acordo com a PF, a empresa onde foi feito o flagrante está localizada em Campo Grande e as armas apreendidas são do tipo revólver e pistola. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados porque a investigação está sob sigilo.

O chefe da Delegacia Regional de Combate ao Crime Organizado Fabrício Martins Rocha informou, porém, que são 13 pessoas e 11 empresas alvos da operação. No total, cinco servidores da SED (Secretaria de Estado de Educação) são alvos. Um deles, tem cargo de direção, ainda conforme Rocha.

Esquema – Construtoras faziam rodízio para vencer as licitações e superfaturavam os contratos para que percentual fosse destinado às propinas. Para lucrar, empresas recebiam por serviços que não eram feitos ou executados com qualidade inferior à vendida.
A PF também utilizou grampo telefônico e conversas revelaram o “jeitinho” para tirar vantagem dos contratos. Um dos exemplos é o da obra em escola de Jardim, segundo a PF. Telhas que deveriam ser trocadas receberam apenas limpeza e poda de árvores foi contratada, mas já havia sido feita.

Sete licitações e oito obras, orçadas em R$ 9,6 milhões, foram investigadas. Os prejuízos para os cofres públicos ainda não foram calculados.

Segundo o superintendente Daniel Silveira, superintendente da CGU em Mato Grosso do Sul, auditorias nos certames revelaram “fortes indícios de conluio” entre as empresas.
O mais forte deles é a participação apenas da empreiteira vencedora em três concorrências e de somente duas em quatro licitações. Cada uma das empresas do cartel, segundo a apuração, ganhou um contrato.

Escolas – Os recursos para as obras são do MEC (Ministério da Educação) destinados à reforma de escolas para transformá-las em instituições de tempo integral.
De acordo com a PF, readequações nas escolas Prof. Emygdio Campos Widal, Waldemir Barros da Silva, José Barbosa Rodrigues, Amélio Carvalho Baís e Severino Ramos de Queiroz, todas em Campo Grande, foram contratadas por meio de fraude.


Também as obras nos colégios Júlia Gonçalves Passarinho, em Corumbá, Pedro José Rufino, em Jardim, e Padre Constantino de Monte, em Maracaju, são investigadas.
Nota Zero – A operação cumpriu 11 mandados de busca e apreensão nesta quarta-feira em Campo Grande.

Equipes estiveram na Queiroz Engenharia, que funciona na Rua Vitório Zeolla, no Carandá Bosque, e também na sede da SED (Secretaria de Estado de Educação).
Além de documentos, armas e munições foram apreendidas. Em uma das empresas, a PF recolheu revólver, pistola e 110 munições ilegais.

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