Esposa de líder do PCC fazia parte de forte esquema de tráfico em Campo Grande
Luana Regina Raul foi presa na quarta-feira no Jardim Colibri após ter a pena aumentada
Além de ser dona de cantoneira - utilizada para os chamados tribunais do crime do PCC (Primeiro Comando da Capital) - Luana Regina Raul Espinosa, 36 anos, presa na quarta-feira (19) pela DHPP (Delegacia Especializada de Repressão aos Crimes de Homicídios), fazia parte de um forte esquema de tráfico de drogas comandado pelo esposo, Rodrigo Vieira Cristaldo, o "357 Magnum", e o padrinho dele na facção, Lucineis Lino dos Santos.
Luana Regina, assim como outros cinco envolvidos em organização criminosa, foram alvos do Gaeco (Grupo de Atuação Especial e Combate ao Crime Organizado) durante a Operação Ponto Cego. A investigação, que começou em 2019, descobriu esquema de tráfico de drogas, de armas, roubos e homicídios em Campo Grande.
Além de atuar como a dona da cantoneira, onde são realizados os tribunais do crime da facção, Regina também era proprietária da boca de fumo, que mantinha sob as ordens do esposo Rodrigo, que exerce a função de "disciplina da Capital" no PCC: "responsável por controlar os integrantes do grupo para que cumpram seus deveres de faccionados, bem como por aplicar punições aos faltosos em Campo Grande".
Rodrigo também fazia parte do "setor do paiol", que cuida da aquisição e guarda das armas de fogo da facção, também da distribuição aos membros que necessitam delas para roubos e homicídios.
Como funcionava - Hierarquicamente, Lucineis, ou "Latro", estava acima de Rodrigo na facção. De dentro do Presídio de Segurança Máxima da Capital, Latro comandava o esquema e contava com a ajuda de Rodrigo, que estava em liberdade, para manter a "biqueira" ativa.
Enquanto 357 Magnum cumpria as ordens determinadas pelo padrinho e buscava os entorpecentes, Regina cuidava das drogas na biqueira. "(...) é Luana Regina Raul Espinosa quem permanece no imóvel, à frente do negócio ilícito", diz a denúncia.
Em conversas interceptadas pelo Gaeco, Rodrigo afirma a Lucineis: "tá na biqueira aki – Eu tô pedido não posso ficar lá, quem fica lá é minha mulher (sic)". Ao mencionar "pedido", ele se refere que é procurado pela polícia.
Outras conversas demonstram que Latro queria que a venda na boca de fumo funcionasse diuturnamente, demonstrando, segundo o Gaeco, parceria no negócio ilícito entre Rodrigo, Lucineis e Luana. “Coloca essa bikera ai pra funciona dia e de noite (sic)”, diz trecho da denúncia. Ainda, Lucineis ordena a venda de cocaína: “pega 1 pó loko (sic)”. Ambos denunciados e citados na reportagem estão presos.
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